Um funcionário do ex-presidente voltou atrás de um “falso testemunho inicial” no caso dos documentos secretos encontrados na mansão da Flórida depois de trocar de advogado. A informação foi revelada nesta terça-feira, 22, pelo conselho especial do promotor Jack Smith, que conduziu a investigação e o indiciamento do líder republicano.

O funcionário que foi identificado como diretor de TI de Mar-a-Lago disse que não se lembrava de nenhuma conversa sobre as câmeras de segurança da mansão de Trump na Flórida em testemunho ao grande júri de , em março. No mês passado, no entanto, voltou atrás e denunciou um suposto esforço para adulterar evidências.

A mudança de versão levou o ex-presidente a ser acusado de novos crimes. A reviravolta também implicou o caseiro Carlos de Oliveira, que virou réu. Segundo a acusação, ele ajudou Waltine Nauta, assistente pessoal de Trump e também indiciado, a excluir as imagens das câmeras de segurança no meio do processo.

O documento judicial divulgado agora aponta que a testemunha foi alertada sobre um possível conflito de interesses do seu advogado, que era o mesmo de Waltine Nauta. Um defensor federal passou a representar o chefe da TI, que voltou atrás no depoimento depois disso.

Os promotores detalharam que a “correção do depoimento” incriminaria Nauta, o outro cliente do advogado Stanley Woodward Ao mesmo tempo, permitir o “falso testemunho” deixaria o chefe de TI exposto a acusações criminais por perjúrio, explica o texto.

O advogado Woodward foi procurado pela agência Associated Press, mas não comentou sobre o alegado conflito de interesses.

O documento é uma resposta à juíza do caso Aileen Cannon, que questionou porque os promotores decidiram manter o grande júri de Washington mesmo depois que as acusações contra Trump foram apresentadas na Flórida em junho. O conselho especial justificou que esse júri foi mantido até a semana passada com o propósito de investigar declarações falsas de testemunhas em Washington.

Trump será julgado pelos documentos secretos encontrados na Flórida em maio de 2024. Ele também é réu em dois processos diferentes pela tentativa de reverter o resultado das eleições em 2020 e pela suposta compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels. O ex-presidente tem negado todas as acusações e alega que seria vítima de uma perseguição política