Menos de 160 pessoas foram presas na noite de ontem (2) após serem acusadas de conexão com os distúrbios que abalaram cidades em toda a França, por conta do assassinato de um adolescente de ascendência norte-africana por um policial, informou o Ministério do Interior nesta segunda-feira (3).

A relativa calma após cinco noites de fortes tumultos deu alívio ao governo de Emmanuel Macron em sua luta para recuperar o controle da situação, apenas alguns meses depois de protestos generalizados contra uma reforma previdenciária impopular e um ano antes de sediar as Olimpíadas.

A morte de Nahel, um jovem de 17 anos com pais de Argélia e Marrocos, gerou queixas de longa data de discriminação, violência policial e racismo sistêmico entre as forças de segurança – negadas pelas autoridades – por parte de grupos de direitos humanos e nos subúrbios de baixa renda e racialmente mistos que circundam as principais cidades francesas.

Desde que ele foi baleado na terça-feira (27), manifestantes incendiaram carros, saquearam lojas e atacaram prefeituras e outras propriedades, com focos de conflito em cidades como Paris, Estrasburgo no leste e Marselha e Nice no sul.

O Ministério do Interior colocou até 45.000 policiais nas ruas todas as noites para reprimir a agitação, que tem sido confinada principalmente aos subúrbios, mas ocasionalmente provocou confrontos em áreas turísticas como a avenida Champs-Élysées de Paris.

Segundo o ministério, 157 pessoas foram presas durante a noite, ante mais de 700 prisões na noite anterior e mais de 1.300 na noite de sexta-feira (30).