Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos, confirma família real britânica
“A rainha morreu pacificamente”, informou conta no Twitter da família real
Gabriel Maymone –
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Morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, a Rainha Elizabeth II. O anúncio foi feito nas redes sociais da família real britânica.
A monarca estava no castelo de Balmoral, na Escócia.
“A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã”, informou a Casa Real britânica.
The Queen died peacefully at Balmoral this afternoon.
The King and The Queen Consort will remain at Balmoral this evening and will return to London tomorrow. pic.twitter.com/VfxpXro22W
Saúde delicada
Mais cedo, piora no estado de saúde da monarca motivou anúncio da Casa Real e convocação de todos os parentes para comparecer ao Castelo de Balmoral, na Escócia, onde estava Elizabeth.
A rainha Elizabeth II havia sido colocada sob cuidados médicos, após seus médicos particulares expressarem preocupações com a saúde da monarca. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela própria Casa Real britânica, que informou ainda que Elizabeth estava sendo acompanhada pelos médicos e estava “confortável” no Palácio de Balmoral, na Escócia.
Confira abaixo detalhes da linha sucessória, que hoje tem no topo Elizabeth II como rainha
1. Príncipe Charles, príncipe de Gales
(primogênito da Rainha Isabel II, nascido em 1948)
2. Príncipe William, duque de Cambridge
(primogênito de Charles e Diana, neto da rainha, nascido em 1982)
3. Príncipe George de Cambridge
(primogênito de William e Catherine, bisneto da rainha, nascido em 2013)
4. Princesa Charlotte de Cambridge
(filha de William e Catherine, bisneta da rainha, nascida em 2015)
5. Príncipe Louis de Cambridge
(filho de William e Catherine, bisneto da rainha, nascido em 2018)
6. Príncipe Henry (Harry) de Gales, duque de Sussex (filho de Charles e Diana, neto da rainha, nascido em 1984)
7. Archie Harrison Mountbatten-Windsor
(filho de Harry e Meghan, bisneto da rarinha, nascido em 2019)
8. Príncipe Andrew, duque de York
(segundo filho da rainha, nascido em 1960)
9. Princesa Beatrice de York
(primogênita de Andrew e Sara, neta da rainha, nascida em 1988)
10. Princesa Eugenie de York
(filha de Andrew e Sara, neta da rainha, nascida em 1990)
11. Príncipe Edward, conde de Wessex
(terceiro filho homem da rainha, irmão de Charles e Andrew, nascido em 1964)
Rainha por acaso
Elizabeth Alexandra Mary nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres. Filha mais velha de Alberto de York, futuro rei George VI, e de Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon, de quem herdou o nome, era chamada de Lilibet pelos familiares mais próximos. Sua única irmã, a princesa Margaret, era quatro anos mais nova. Ambas foram criadas pela mãe e por uma governanta, Marion Crawford, que descreveu em um livro o senso de ordem e a responsabilidade que Elizabeth demonstrava desde pequena.
Ninguém esperava que, um dia, Elizabeth se tornaria rainha do Reino Unido e dos outros 54 países independentes que compõem a Comunidade Britânica de Nações. Quando nasceu, ela era a terceira na linha de sucessão ao trono, atrás de seu tio, Edward VIII, e seu pai. Edward, no entanto, abdicou do trono em favor de George, no mesmo ano que fora coroado, para se casar com a plebeia Wallis Simpson, uma divorciada norte-americana, o que causou comoção nacional e deixou Elizabeth mais perto do trono.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth permaneceu com seus pais no Castelo de Windsor, após sua mãe ter recusado que as filhas se refugiassem no Canadá. Em 1940, com 14 anos de idade, a princesa Elizabeth fez seu primeiro pronunciamento a uma rádio, dirigindo-se às crianças que foram retiradas das cidades e tranquilizando suas famílias. Esse foi o ponto de partida para uma série de aparições públicas até que, em 1947, a princesa participasse de sua primeira viagem internacional junto com seus pais pelo sul da África.
Nessa época, Elizabeth já havia anunciado seu noivado oficial com o príncipe Philip, seu primo de terceiro grau a quem conheceu em 1934. Elizabeth afirmou que, apesar de ter somente 13 anos, ela se apaixonou por Philip em 1939 e eles passaram a se corresponder por meio de cartas. O noivado gerou controvérsias devido à falta de condições financeiras de Philip e ao fato de suas irmãs terem se casado com oficiais alemães com ligações nazistas. Além disso, muitos diziam que ele era um príncipe sem reino. Logo antes do casamento, no entanto, ele foi nomeado Duque de Edimburgo.
Philip e Elizabeth se casaram no dia 20 de novembro de 1947, na capela de Westminster. No ano seguinte, também em novembro, nasceu o primeiro filho do casal, príncipe Charles, e em 1950 nasceu a princesa Anne. O casal teve outros dois filhos, Andrew e Edward. Philip morreu no ano passado aos 99 anos.
Em 1951, a saúde do rei George VI começou a se deteriorar e Elizabeth era frequentemente vista em eventos públicos no lugar do pai. Elizabeth e Philip estavam no Quênia quando, no dia 6 de fevereiro de 1952, souberam da morte do rei. A coroação da nova rainha ocorreu em junho do ano seguinte, também na capela de Westminster, e foi televisionada.
Reinado
Até sua coroação, Elizabeth havia presenciado a transformação do Império Britânico na Comunidade Britânica de Nações. Quando começou seu reinado em 1952, sua função como líder de um grupo de países independentes já estava estabelecida.
Em novembro de 1956, a Grã Bretanha e a França invadiram o Egito em uma fracassada tentativa de assumir o controle do Canal de Suez. O primeiro-ministro britânico na época, Anthony Eden, negou que a rainha tivesse se oposto ao ataque, e acabou renunciando dois meses depois. A crise de Suez e a nomeação de Harold Macmillan para suceder Eden levaram às primeiras fortes críticas ao reinado de Elizabeth.
Durante uma cerimônia em 1981 e somente seis semanas antes do casamento do Príncipe Charles com Diana, seis tiros foram disparados na direção da rainha enquanto ela desfilava em cima de seu cavalo. O responsável pelo ataque, Marcus Sarjeant, de 17 anos, foi sentenciado a cinco anos de prisão e liberado após três. A postura da rainha e sua habilidade em lidar com o caso foram amplamente elogiadas em todo o mundo.
Em 1991, após a vitória na Guerra do Golfo, a rainha Elizabeth foi a primeira monarca britânica a discursar em uma sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos. No ano seguinte, em meio a fortes críticas, a rainha afirmou que qualquer instituição está a mercê de críticas, mas sugeriu que elas fossem feitas com “um toque de humor, gentileza e compreensão”.
Durante seu reinado, Elizabeth deu poucas entrevistas e não era conhecida por expressar suas opiniões em público. Seu forte senso de dever civil e religioso, além da seriedade que sempre demonstrou durante o reinado, garantiram sua popularidade, comprovada nas comemorações dos seus jubileus de prata, ouro e diamante. Ainda assim, de tempos em tempos, a rainha enfrentava críticas relacionadas principalmente às vidas pessoais de seus filhos.
Princesa Diana
Em 1981, Charles casou-se com a jovem princesa Diana Spencer, que habitou o imaginário popular como a protagonista de um conto de fadas moderno. O casal logo teve dois filhos – William e Harry -, mas sucessivos episódios de infidelidade culminaram no divórcio em 1992, um dos maiores eventos midiáticos da década.
Aquele ano, aliás, seria definido por Elizabeth como seu “annus horribilis”. Além do divórcio de Charles, a imprensa divulgou detalhes do romance entre o príncipe e Camilla Parker-Bowles, que também era casada. Para piorar, o príncipe Andrew também separou-se de sua esposa.
A imagem de Elizabeth diante da opinião teria um dos maiores reveses poucos anos depois. Em 1997, quando o Reino Unido e o mundo se comoveram com a trágica morte de Diana, Elizabeth foi acusada de ter tido reação insensível ao acontecimento. No dia do acidente, a monarca estava com a família em sua residência de verão e decidiu não retornar imediatamente a Londres, o que levou o tabloide britânico The Sun a publicar na primeira página: “Cadê a nossa rainha?”
Diante da pressão, Elizabeth voltou à capital britânica com os netos e, em uma atitude inédita, fez um comunicado em rede nacional de televisão. “Há lições a ser aprendidas com sua vida e com a extraordinária e comovente reação a sua morte”, afirmou.
Jubileu de Platina
Com um cuidadoso trabalho de relações públicas, Elizabeth recuperou a popularidade e comemorou uma série de marcos em seu reinado. Neste ano, celebrou 70 anos no trono britânico, data conhecida como Jubileu de Platina e celebrada com festa no Reino Unido e na Comunidade Britânica de Nações. Um feriado foi decretado no país e diversas festividades tomaram conta das ruas.
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