Pular para o conteúdo
Mundo

Japão: Shinzo Abe foi premiê 2 vezes e consolidou política de estímulos fiscais

Shinzo foi morto a tiros durante comício no Japão
Agência Estado -
shinzo abe
O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe | Reprodução/NHK

Assassinado aos 67 anos nesta sexta-feira, 8, Shinzo Abe foi o primeiro-ministro que por mais tempo ocupou o cargo no Japão. Conhecido por sua política de grandes estímulos fiscais, ele liderou o governo do país asiático em duas ocasiões. Primeiro, de 2006 a 2007, quando renunciou após pouco mais de um ano de mandato por pressão popular, falta de apoio no Parlamento e questões de saúde. Depois, de 2012 a 2020, quando a saúde o levou a novamente abandonar o posto.

Ao assumir o cargo pela segunda vez, em 2012, Abe se deparou com um Japão que acabara de passar por um dos episódios mais dramáticos de sua história, o terremoto e o acidente nuclear de Fukushima, em 2011. Ele ajudou o país a se reconstruir após a catástrofe, que vitimou mais de 18 mil pessoas.

No , o ex-primeiro-ministro se notabilizou por se apresentar com uma fantasia do personagem Mario, da Nintendo, durante o encerramento das Olimpíadas do Rio, em 2016. Naquela ocasião, ele estava à frente das preparações para os Jogos de Tóquio, que ocorreriam em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia.

Antes de renunciar, Abe enfrentou o dilema entre manter ou adiar a realização dos jogos em 2020. Estavam em jogo a economia do Japão e o dinheiro gasto na preparação do evento, que ainda estava envolto em incertezas poucos meses antes da data prevista O ex-premiê também foi criticado por sua atuação tardia frente à pandemia do coronavírus. Pesquisas de opinião pública revelaram que, para a maioria dos japoneses, ele demorou para decretar estado de emergência e determinar medidas para restringir a circulação do vírus.

Nascido em uma família importante para a política japonesa, Abe foi instruído para seguir a carreira pública. Ele era neto do ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi, que ocupou o cargo entre 1957 e 1960, na década que sucedeu o fim da Segunda Mundial, quando o Japão ainda lidava com a reverberação das bombas nucleares que atingiram Hiroshima e Nagasaki. Seu pai, Shintaro Abe, foi ministro das Relações Exteriores entre 1982 e 1986 e líder do Partido Liberal Democrata (PLD).

Abe se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, durante visita oficial do mandatário brasileiro ao Japão. À época, o objetivo da conversa foi viabilizar uma parceria comercial entre o Mercosul e o Japão. Naquela ocasião, Bolsonaro também disse ter recebido o apoio de Abe para que o Brasil ingressasse na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O ex-premiê japonês visitou o País em duas ocasiões. Em 2014, veio para assinar acordos de cooperação econômica e industrial com o governo brasileiro. À época, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ofereceu um almoço em homenagem a ele em , no Palácio do Itamaraty. Naquele ano, ele também visitou, em São Paulo, o bairro da Liberdade, de tradição japonesa, e foi homenageado na Sociedade Brasileira de Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo). Depois, em 2016, veio ao Brasil por ocasião dos Jogos Olímpicos do Rio, como parte da organização da Olimpíada sucessora daqueles.

Em 2016, num ato simbólico, Abe e o ex-presidente americano visitaram, juntos, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, atacada pelo Japão em 1941, durante a Segunda Guerra. O ataque foi o que levou os Estados Unidos a entrarem no conflito e, mais à frente, serviu de justificativa para o lançamento de bombas atômicas no país asiático. O gesto consolidou a aliança entre os dois países ante à ascensão econômica da China.

O ex-premiê também teve papel importante para aparar arestas entre os Estados Unidos e o Irã. Ele foi o primeiro chefe de governo japonês a visitar o país do Oriente Médio desde a Revolução Islâmica de 1979. Com o apoio de Donald Trump, ele foi fazer um apelo para que o presidente iraniano, Hassan Rohani, exercesse um papel “construtivo” para a paz no Oriente Médio.

Abe deixou o cargo em agosto de 2020 e foi sucedido por Yoshihide Suga, indicado pelo PLD, e que renunciou um ano depois

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Correios: Falha de rastreamento e atraso nas entregas geram reclamações repentinas

Loterias Caixa sorteia prêmios milionários em cinco modalidades nesta quinta-feira

Tarifa zero de energia: cerca de 100 mil famílias ainda não aderiram ao programa em MS

Aumento do IOF ofusca congelamento e dólar sobe

Notícias mais lidas agora

Ministério investiga caso de gripe aviária em Mato Grosso do Sul

ccr km perigoso

Motiva vence leilão, reduz duplicações e CCR segue com concessão bilionária da BR-163 em MS

Alvo de operação da PF por desvios na merenda durante gestão Reinaldo é citado em fraude milionária no RJ

Leitos custeados pelo Governo de MS já estão em funcionamento no São Julião

Últimas Notícias

Sem Categoria

Polícia pede interdição judicial de bar conceituado no Jardim dos Estados em Campo Grande

Estabelecimento é alvo de diversas reclamações há meses e, mesmo com ‘batidas’ da polícia continua funcionando

Esportes

Calderano vence de novo e vai às quartas do Mundial de Tênis de Mesa

Calderano derrotou adversário em apenas 30 minutos

Brasil

Empresária morta por PM em clínica levou três tiros e 51 facadas

Filha do casal também foi atingida pelos disparos

Política

Salineiro critica falta de transparência do PL em MS: ‘estamos isolados a nível nacional’

Vereador do PL disse que estão ‘vendados’ em MS durante negociações partidárias