Laboratório chinês rejeita conspiração de que tenha desenvolvido o novo coronavírus
Em entrevista à Reuters, o diretor do Laboratório Nacional de Biossegurança do Instituto de Virologia de Wuhan (IVW), Yuan Zhiming, rejeitou acusações de que cientistas chineses estejam envolvidos na criação do coronavírus (SARS-CoV-2), que em poucos meses já infectou mais de 3 milhões de pessoas em todo mundo e matou outras 219,34 mil. Yuan afirmou […]
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Em entrevista à Reuters, o diretor do Laboratório Nacional de Biossegurança do Instituto de Virologia de Wuhan (IVW), Yuan Zhiming, rejeitou acusações de que cientistas chineses estejam envolvidos na criação do coronavírus (SARS-CoV-2), que em poucos meses já infectou mais de 3 milhões de pessoas em todo mundo e matou outras 219,34 mil.
Yuan afirmou que as acusações “vieram do nada”, são infundadas e contradizem todas as evidências disponíveis. “O IVW não tem a intensão nem a habilidade para desenvolver um novo coronavírus”, disse. Além disso, “não há informações no genoma do SARS-CoV-2 indicando que o vírus tenha sido feito pelo homem”, acrescentou.
De acordo com a rede de notícias chinesa, Xinhua, algumas teorias da conspiração foram inflamadas por uma revista científica do Instituto de Tecnologia da Índia, que teria sido retirada. A publicação dizia que proteínas do coronavírus tinham uma “semelhança misteriosa” com as do HIV.
Yuan lembrou que a maioria dos cientistas dizem que o novo vírus veio da natureza, com morcegos e pangolins sendo identificados como possíveis espécies hospedeiras. Ele também rejeitou teorias de que o laboratório possa ter liberado o coronavírus acidentalmente, ao cultivá-lo a partir de coletas de morcegos.
Embora tenha ponderado que ainda “não há respostas” para a origem do vírus, o chinês citou artigos publicados por cientistas britânicos e alemães, que sugerem que a variante do coronavírus que circula nos Estados Unidos é mais “primitiva” que a versão chinesa e pode ter aparecido por lá antes.
Desde o início do surto de covid-19, identificado primeiro na China, o governo americano vem tentando associar a doença aos chineses, chamando o SARS-CoV-2 de “vírus de Wuhan”. Desde então, Washington e Pequim entraram em vários atritos diplomáticos por conta disso.
No Brasil, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foram reprimidos pela embaixada chinesa por também associarem o vírus a supostos interesses de Pequim.
Na noite desta terça-feira (28), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou abertura de inquérito contra o ministro para apurar suposta prática de racismo envolvendo publicação em que insinuou que a China vai sair “fortalecida da crise causada pelo coronavírus, apoiada por seus ‘aliados no Brasil’”.
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