Alpinistas nepaleses recuperaram quatro corpos e recolheram cerca de 11 toneladas de lixo acumulado durante décadas no Monte Everest e em um acesso abaixo do acampamento-base. A ação faz parte de uma iniciativa para limpar a montanha mais alta do mundo, disse o governo nessa quarta-feira.

Alpinistas que voltavam da montanha, de 8.850 metros, disseram que as encostas estão repletas de excremento humano, cilindros de oxigênio usados, barracas rasgadas, cordas, escadas quebradas, latas e ásticos deixados pelos alpinistas, um constrangimento para um país que obtém renda valiosa das expedições ao Everest.

O lixo, assim como os corpos de cerca de 300 pessoas que morreram ao longo dos anos nas encostas do Everest, ficam soterrados debaixo da neve durante o inverno, mas se torna visível no verão, quando a neve derrete.

Uma equipe de de 20 sherpas (guias ou carregadores que ajudam os alpinistas) recolheu cinco toneladas de lixo em abril e maio, em vários campos situados acima do acampamento-base, e mais seis toneladas de áreas abaixo, disse Dandu Raj Ghimire, diretor-geral do Departamento de Turismo.

“Infelizmente, não foi possível trazer para baixo uma parte do lixo coletado em sacolas no Colo Sul por causa do clima ruim”, disse Ghimire em comunicado divulgado ontem.

O Everest foi desbravado pelo neozelandês sir Edmund Hillary e pelo sherpa Tenzing Norgay em 1953 e, desde então, cerca de 5 mil pessoas chegaram ao seu pico.