China reúne 40 chefes de Estado em fórum sobre Nova Rota da Seda
Um discurso do presidente Xi Jinping abriu em Pequim, nesta sexta-feira, 26, um fórum sobre a chamada Nova Rota da Seda, que tem como objetivo conectar a China com partes da Europa, da África e Ásia, por meio de estradas e portos. O presidente chinês buscou aliviar os temores sobre o ônus econômico e o […]
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Um discurso do presidente Xi Jinping abriu em Pequim, nesta sexta-feira, 26, um fórum sobre a chamada Nova Rota da Seda, que tem como objetivo conectar a China com partes da Europa, da África e Ásia, por meio de estradas e portos.
O presidente chinês buscou aliviar os temores sobre o ônus econômico e o crescente poder de Pequim, afirmando que o programa “não é um clube exclusivo” e promove “prosperidade comum no desenvolvimento”. Xi ressaltou que a concepção da Nova Rota da Seda deve ser “aberta, verde e limpa” e que terá “tolerância zero com a corrupção”, além de fornecer crescimento econômico a todos os países envolvidos.
O governo chinês pretende dissipar os temores de críticos que acreditam que os projetos de infraestrutura alimentem a corrupção local e deixem países com dívidas e danos ambientais.
O fórum de três dias reúne representantes de mais de cem países, incluindo 40 chefes de Estado e de governo que buscam participar e se beneficiar dos projetos chineses, além do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
A expectativa é que os líderes de países asiáticos e africanos peçam ao governo chinês a redução dos custos de financiamento para os projetos da iniciativa, que é uma prioridade do governo chinês.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, estão entre os principais convidados. Alemanha e França enviaram ministros, e os Estados Unidos despacharam apenas uma delegação de baixo escalão.
No fórum, Putin disse que a concepção de uma chamada Nova Rota da Seda se encaixa perfeitamente nos objetivos da União Econômica Euroasiática (UEE), liderada por Moscou. A organização agrupa a Rússia num mercado comum com Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão.
Segundo Putin, os cinco países apoiaram unanimemente a ideia de vincular a Comunidade Econômica Euroasiática à iniciativa chinesa. O fórum é “uma boa oportunidade para conhecer as políticas que a China visa adotar e a maneira como se deseja relacionar com os outros países”, acrescentou.
Na opinião do presidente da Rússia, a iniciativa de unir diferentes partes da Eurásia está de acordo com a política de conectividade do país. Putin, considerou ainda que o projeto internacional de infraestruturas lançado pela China permite “abordar de forma comum desafios” como “baixo nível de desenvolvimento e falta de acesso à tecnologia”, que, segundo ele, impulsionam a “imigração, escalada de conflitos regionais e guerras comerciais”.
A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA deu início a uma guerra comercial entre Washington e Pequim – os dois países impuseram elevadas taxas alfandegárias a produtos do outro.
Além de exigir uma balança comercial mais equilibrada, Trump quer que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas – Pequim busca transformar as empresas do país em importantes atores em atividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio americano nessas áreas.
Rota da Seda
A chamada Nova Rota da Seda é um projeto prioritário da política externa do presidente chinês que trata uma estratégia que envolve desenvolvimento de infraestrutura e investimento em 152 países.O objetivo é restabelecer conexões tradicionais por terra da China com outras partes da Ásia, da Europa e além.
A China também busca construir fortes conexões marítimas – denominadas de Rota da Seda Marítima do Século 21 – no Mar da China Meridional, no Pacífico Sul e no Oceano Índico. Também está previsto uma nórdica Rota da Seda do Gelo. Desde que a iniciativa foi lançada, em 2013, a China investiu cerca de 90 bilhões de dólares em projetos – bancos forneceram entre 200 bilhões e 300 bilhões de dólares.
Com informações da Deutsche Welle
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