Um grupo de 39 pessoas acusadas de crimes políticos na , na maioria opositores do governo, foi libertado nesta sexta-feira, 1, em cumprimento a uma promessa do presidente Nicolás Maduro, anunciou a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez.

“Vocês estão sendo os beneficiários dessas medidas, um primeiro grupo. Nas próximas horas, o país será informado dos próximos grupos que estão sujeitos a esta medida”, disse Rodríguez diante do grupo de ex-prisioneiros, durante um ato na chancelaria.

Segundo o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), entre as 39 pessoas que receberam o benefício processual nesta sexta-feira está o ex-prefeito opositor Daniel Ceballos. Também há algumas pessoas que se viram envolvidas em uma agressão contra um deputado opositor durante a recente campanha presidencial.

Ceballos é o dirigente mais emblemático entre os libertados. O ex-prefeito de San Cristóbal, de 34 anos, foi detido em março de 2014 no contexto dos protestos contra Maduro.

Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao e mais conhecido crítico do atual presidente na prisão, não foi libertado.

Paralelamente às libertações, o ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, ofereceu uma coletiva de imprensa na qual disse que Maduro espera que sua decisão “leve a um processo de pacificação”.

“Começou o processo de benefícios para políticos envolvidos em atos de violência”, anunciou o ministro do palácio presidencial de Miraflores. Outras libertações devem ser feitas neste sábado e nos dias seguintes.

O presidente da alta corte, Maikel Moreno, informou que os opositores – detidos entre 2014 e 2018 – receberam benefícios distintos, como liberdade plena ou medidas cautelares de apresentação a cada 30 dias e proibição de saída do país.

No final de maio, o governo venezuelano anunciou a libertação de outros 20 manifestantes que estavam detidos desde abril do ano passado. Eles foram soltos com medidas restritivas, com obrigação de apresentação, proibição de saída e proibição de comparecer a manifestações públicas.

Apesar das recentes libertações, críticos da oposição e grupos de direitos humanos dizem que o governo Maduro ainda detém centenas de prisioneiros políticos que foram presos por liderarem manifestações de rua antigoverno, principalmente em 2014 e 2017. Cerca de 170 pessoas morreram durante os protestos.