Consumo no estado americano é legal a partir desta segunda

A Califórnia se tornou o principal mercado mundial de cannabis regulamentada, ao legalizar o uso recreativo da maconha a partir desta segunda-feira (1º). O Estado mais populoso dos Estados Unidos é o sexto do país a autorizar a venda de produtos à base da erva para maiores de 21 anos. Desta forma, um a cada cinco americanos vivem em um lugar onde o consumo da planta é permitido – embora, em nível federal, a maconha continue proibida.

O índice vai subir ainda mais neste ano, já que outros dois estados americanos, Maine e Massachusetts, também devem legalizar a cannabis. Na Califórnia, que conta com 39,5 milhões de habitantes, o tradicional espumante perdeu o lugar para o cigarro de maconha neste réveillon, para muitos usuários que aguardavam pela entrada em vigor da nova lei. Os californianos agora podem plantar até seis plantas de maconha por habitação e levar 30 gramas da erva, sem ter problemas com a polícia.Califórnia se torna maior mercado legal de maconha do mundo

“Todos nós estávamos esperando por isso. A cannabis pode ajudar muita gente e não há nenhuma razão de proibi-la”, comemorou o tatuador Johnny Hernandez, morador de Modesto. “Estamos muito felizes. É um enorme avanço”, disse Khalil Moutawakkil, produtor e revendedor de maconha em Santa Cruz.

Receitas maiores que as das vendas de cerveja

A Califórnia já autorizava o uso medicinal da erva desde 1996 – foi o primeiro Estado americano a legalizá-la em tratamentos, seguido pelo Colorado e Washington, que estenderam a permissão ao uso recreativo, em 2012. Agora, com a ampliação da lei californiana, as receitas das vendas no estado devem chegar a US$ 3,7 bilhões em 2018 e US$ 5,1 bilhões em 2019. O valor supera o das vendas de cerveja, que chegaram a US$ 5 bilhões em 2017. Além disso, o comércio de cannabis deve gerar pelo menos US$ 1 bilhão em recolhimento de impostos aos cofres californianos.

Um dos principais desafios para se chegar a essas cifras é a ampliação dos pontos de venda da erva. Neste 1º de janeiro, apenas cerca de 40 comerciantes tinham autorização oficial para revender o produto. Todos se concentram em San Diego, Santa Cruz e as regiões da baía de São Francisco e Palm Springs.