Suspeitas de homicídio de norte-coreano sabiam de ataque com veneno, diz polícia

Governo malaio afirmou que só entregará o corpo de Kim Jong-nam a Pyongyang quando o processo estiver concluído

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Governo malaio afirmou que só entregará o corpo de Kim Jong-nam a Pyongyang quando o processo estiver concluído

Duas mulheres detidas pelo assassinato do meio-irmão de Kim Jung-Un em Kuala Lumpur, na Malásia, sabiam que o ataque seria cometido com veneno, informou a polícia malaia nesta quarta-feira (22). Segundo a AFP, a polícia pretende interrogar um diplomata norte-coreano no âmbito da investigação.

“Sim, é claro que sabiam”, disse Khalid Abu Bakar, ao ser questionado pelos jornalistas sobre se as mulheres sabiam que levavam uma substância tóxica ao se aproximarem de Kim Jong-Nam.

Em um primeiro momento, a hipótese era de que teriam sido enganadas.

Kim Jong-Nam foi assassinado na semana passada enquanto esperava por um voo no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia. O governo malaio afirmou que só entregará o corpo de Kim Jong-nam a Pyongyang quando o processo estiver concluído.

Autoridades da Coreia do Sul e dos Estados Unidos acreditam que o Kim Jong-nam foi morto por agentes norte-coreanos. Até o momento, quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso. No sábado, um homem de nacionalidade norte-coreana foi detido por policiais da Malásia.

Como primogênito, Jong-nam foi considerado por algum tempo o potencial herdeiro do regime norte-coreano. Mas caiu em desgraça em 2001, quando protagonizou um incidente constrangedor para o regime comunista: tentou, sem sucesso, viajar ao Japão com um passaporte falso, sob a alegação de que desejava visitar a Disneyland.

Desde então viveu de fato no exílio e seu meio-irmão Kim Jong-un assumiu o controle do regime após a morte do pai, em dezembro de 2011. No ano seguinte, agentes norte-coreanos tentaram assassinar Kim Jong-nam, que defendia reformas para a Coreia do Norte, segundo parlamentares sul-coreanos. Em 2012, implorou pelo perdão do líder norte-coreano. Segundo um amigo próximo, ele vivia entre o medo e a paranoia, porque temia sofrer represálias do regime liderado pelo seu irmão.

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