Grupo de 82 garotas foi solto após negociação do governo nigeriano com os terroristas

As 82 alunas nigerianas libertadas recentemente após mais de três anos em poder do grupo extremista Boko Haram reuniram-se com suas famílias neste sábado (20). Na capital Abuja, os familiares se abraçaram. Um grupo pequeno caiu de joelhos, com uma mulher levantando as mãos em agradecimento. Alguns dançaram, outros apenas choraram.

“Estou muito feliz hoje, é natal e Ano Novo, estou muito feliz e agradeço a Deus”, disse a mãe Godiya Joshua, cuja filha Esther está entre as libertas.

A libertação deste mês foi a maior desde que 276 alunas de Chibok foram raptadas do seu internato, em 2014. Cinco comandantes do grupo extremista foram trocados pela liberdade das meninas, e o governo da Nigéria disse que faria mais negociações para trazer as 113 garotas restantes para casa.

“Nossa alegria nunca será completa até que vejamos as 113, porque cada menina importa a todas as pessoas de Chibok”, disse o pai de uma das alunas libertas, Yahi Bwata.

Muitas das meninas, a maioria cristãs, foram forçadas a se casar com extremistas e tiveram filhos. Algumas foram radicalizados e se recusaram a retornar. Teme-se que outras tenham sido usados ​​em atentados suicidas.

O sequestro em massa em abril de 2014 chamou a atenção internacional para a insurgência mortal de Boko Haram no norte da Nigéria e lançou a campanha global “Traga nossas meninas”, que atraiu o apoio de algumas celebridades, incluindo a ex-primeira-dama americana Michelle Obama.

A liberação das 82 meninas este mês veio depois que um grupo inicial de 21 meninas foi liberado em outubro. O governo da Nigéria reconheceu negociar com o Boko Haram para sua libertação, com a ajuda da mediação do governo suíço e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Ambos os grupos de meninas libertadas estão sob cuidados do governo na capital, como parte de um programa de reintegração de nove meses que o presidente Muhammadu Buhari disse que supervisionará pessoalmente. Mas grupos de direitos humanos têm criticado o governo por manter as mulheres jovens por tanto tempo na capital, longe de suas casas.