Epidemia de cólera e diarreia matou mais de 500 pessoas na Somália desde janeiro

Cerca de 6,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente na Somália

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Cerca de 6,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente na Somália

Mais de 500 pessoas morreram desde janeiro de cólera e diarreia aguda na Somália, ameaçada pela fome, informou nesta quinta-feira a ONU, que estima que o número de pessoas afetadas por esta epidemia irá dobrar até o final de junho para 50.000.

Sobre a epidemia de “diarreia aquosa aguda/cólera, 533 mortes foram registradas na Somália desde o início do ano”, disse um porta-voz do Bureau de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Jens Laerke, em entrevista coletiva em Genebra.

Por sua parte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que cerca de 25.000 pessoas foram afetadas pela epidemia desde o início do ano na Somália, devastada pela seca.

Este número deve chegar a 50.000 até o “final de junho”, declarou à AFP um porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

A taxa de letalidade (risco de morte causada pela doença) relacionada a esta epidemia é de 2,1% atualmente, uma taxa duas vezes superior ao limiar de emergência (fixado em 1%), de acordo com a OMS.

A situação é particularmente preocupante nas regiões de Juba Oriental e de Bakol, no sul do país, onde a taxa de mortalidade associada ao surto de cólera/diarreia atinge respectivamente 14,1% e 5,1%.

Cerca de 6,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente na Somália. Destas, 2,9 milhões estão em estado de “crise ou de emergência” (nas fases 3 e 4 numa escala de 5, de acordo com a classificação utilizada pela ONU. A fase 5 é a fome aguda), segundo o porta-voz do OCHA.

Esta crise tem provocado muitos deslocamentos, mais de meio milhão desde novembro, afirmou.

A seca no país deve continuar a médio prazo e as Nações Unidas não preveem melhoria nos próximos seis meses, ressaltou.

“Estamos em uma corrida contra o relógio e não sabemos quem vai ganhar”, disse Jens Laerke.

Em 2011, a última grande fome na Somália matou pelo menos 260.000 pessoas, segundo a ONU.

Conteúdos relacionados