Centenas de cartazes foram espalhadas na cidade

Uma campanha contra o Papa Francisco, lançada em Roma através de centenas de cartazes criticando o pontífice está sendo investigada pelas autoridades italianas, que na manhã desta segunda-feira (6) tentavam identificar os responsáveis. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas pela polícia, numa tentativa de encontrar os responsáveis pelo ato.

Segundo o site G1, os cartazes apareceram durante o fim de semana nos muros de vários bairros centrais da capital italiana e neles se vê a imagem de Francisco, com cara de raiva e uma legenda em dialeto romano. “A France (Francisco), você tutelou congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais, ma n’do sta la tua misericórdia (onde está a sua misericórdia?)”, diz o cartaz em tom irônico.

As acusações são relacionadas à problemas que Francisco teve com setores mais conservadores da Igreja Católica e da Cúria Romana, a máquina central da Igreja. São citados nos cartazes, a guerra travada com a Ordem de Malta e a aposentadoria forçada de Stefano Manelli, de 83 anos, ultraconservador e fundador da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada, entre outros problemas.

O fato de que o Papa “ignora cardeais” também é criticado, uma alusão aos quatro cardeais ultraconservadores que pediram publicamente em uma carta datada de setembro que Francisco corrija os “erros doutrinais” de sua encíclica Amoris Laetitia.

‘Métodos anônimos’

Em um programa de televisão, o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, conhecido por suas posições conservadoras, condenou no domingo “os métodos anônimos, inspirados pelo diabo, que querem semear a divisão”.

Sem fazer referência direta ao caso, o Papa falou no domingo durante o Angelus da “difamação e calúnia” entre os católicos.

“Estas sementes arruínam a nossa comunidade, que deveria brilhar por sua acolhida, solidariedade e reconciliação”, afirmou.

Segundo o jornal “La Stampa”, após ser informado da campanha, o Papa reagiu com “serenidade e indiferença”.