No local, de acordo com a tradição, os sábios andinos convocam boas vibrações 

O presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, participou hoje (21) de uma “cerimônia ancestral” de posse preparada nas ruínas pré-colombianas de Tiahuanaco. A solenidade teve a presença de indígenas. Na véspera de iniciar oficialmente o terceiro mandato, Morales disse que é tempo de “pachakuti”, que significa retorno ao equilíbrio na língua indígena quéchua, de reafirmação da identidade e da revolução democrática e cultural. O local fica a 70 quilômetros de La Paz, e a 4 mil metros de altitude.

Em Tiwanaku, cidade milenar, considerada capital arqueológica da Bolívia, anterior ao Império Inca, Morales manteve a tradição, um dia antes da festa oficial de posse presidencial. Durante a cerimônia, que durou mais de duas horas, ele recebeu dois bastões, de uma criança e de uma anciã, que simbolizam a passagem do poder do povo andino.

No local, de acordo com a tradição, os sábios andinos convocam boas vibrações e espíritos para que, com a energia cósmica do sol e da lua, garantam boa direção e bem-estar ao chefe de Estado para a condução do país durante seu mandato.

Morales afirmou que o mundo precisa mudar, com base em princípios fundamentais de identidade, convivência e solidariedade, com respeito e equilíbrio, “que são os piliares da cosmovisão dos povos indígenas do continente e do mundo”.

A posse oficial ocorrerá amanhã (22) de manhã, na Assembleia Legislativa Plurinacional, equivalente ao Congresso Nacional no Brasil, na presença de chefes de Estado de diversos países, entre os quais a presidenta Dilma Rousseff. Morales esteve no Brasil no início do ano para a cerimônia de recondução de Dilma à Presidência da República.