Plano anunciado hoje pretende acelerar processo de cessar-fogo definitivo

O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da (Farc) estabeleceram neste domingo (12) em Havana um plano para reduzir a intensidade do conflito no país e agilizar o processo de paz. As partes se propõem a criar as condições para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo bilateral e definitivo, para o que solicitarão o acompanhamento de um delegado do secretário-geral das Nações Unidas e outro da presidência da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O governo da Colômbia se comprometeu a iniciar a partir de 20 de julho “um processo de diminuição das ações militares”, em correspondência com a trégua unilateral de um mês a partir dessa data já anunciada pelas Farc. O governo advertiu, no entanto, que continuará garantindo a proteção dos colombianos e “em nenhum caso tolerará que nenhuma organização à margem da lei exerça coerção sobre as comunidades mediante o uso das armas”.

Em quatro meses a partir de 20 de julho, as delegações do governo e as Farc realizarão uma primeira avaliação tanto do cumprimento das medidas de diminuição do conflito como dos resultados do acordo para agilizar a negociação.

O anúncio foi realizado no encerramento do 38º ciclo das conversas de paz entre governo e guerrilha, em um ato no qual participaram os negociadores de ambas partes e os representantes dos países fiadores do processo (Cuba e Noruega) e dos acompanhantes (Venezuela e Chile).

O objetivo das partes com este plano é “fortalecer a confiança dos colombianos no processo de paz” e também entre as delegações negociadoras; agilizar a construção de acordos nos pontos restantes do roteiro que rege as negociações e criar as condições para um cessar-fogo bilateral e definitivo.

Governo e Farc decidiram “fazer todos os esforços necessários para chegar sem demoras à assinatura de um acordo final” e para isso mudarão a metodologia de suas negociações “por um trabalho técnico, contínuo e simultâneo sobre os pontos centrais da agenda” do processo.

Também pretendem “concordar sem demoras os termos” do cessar-fogo bilateral, incluindo um sistema de verificação com o acompanhamento dos citados delegados das Nações Unidas e da Unasul, “sem prejuízo” da participação no futuro de outras organizações ou países.