Pesquisa da USP estuda carrapatos coletados em antas de Campo Grande

Projeto estuda importância do parasita que tem a anta como hospedeiro primário

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Carrapatos capturados em anta de Campo Grande (Montagem: Incab e Amblyomma incisum do Museu do Carrapato)

A Incab-Ipê (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), com apoio de pesquisadores e veterinários, está estudando o ciclo do carrapato de antas. O parasita coletado em uma anta de Campo Grande está sendo objeto de estudo no Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Universidade de São Paulo.

No último check-up de antas capturadas para avaliação em Campo Grande, a equipe também coletou amostras que devem identificar habitats de antas na natureza. O pesquisador Thiago Martins explica que, recentemente, uma nova espécie de carrapato foi identificada no Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul.

“A importância dos carrapatos é porque na medicina veterinária, é o principal vetor de agentes transmitidos por artrópodes. Os carrapatos também podem ser bioindicadores. Assim como a anta é a jardineira da floresta e acaba semeando e plantando árvores no Cerrado, na Amazônia, na Caatinga, na Mata Atlântica, Pantanal, o carrapato também pode ser um bioindicador. Eu não preciso saber que tem uma anta dentro de uma reserva se eu por acaso encontrar, por exemplo, um carrapato, específico de anta”, descreve.

Nova espécie?

A descoberta no Parque Estadual do Turvo, com o professor Marcelo Bahia Labruna e o professor Felipe Krawczak, da Universidade Federal de Goiás, identificou um carrapato Amblyomma incisum na vegetação, em uma altura de 70 a 80 centímetros do solo.

“É uma descoberta que mais estudos devem ser conduzidos no bioma Mata Atlântica, no RS, para comprovar essa hipótese que a anta também é um hospedeiro superimportante. A Anta, como é o maior mamífero da região neotropical, é superimportante na manutenção desses carrapatos na natureza”.

Contudo, Martins ressalta que se a anta entrar em extinção em determinado bioma, é muito provável que esses carrapatos que dependem da anta, podem entrar em extinção pela falta do hospedeiro primário na natureza.

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