O Facebook adiou nesta quinta-feira (13), véspera do dia dos namorados em grande parte do mundo, o lançamento de seu aplicativo de “Facebook Dating”. A decisão foi tomada após a intervenção das autoridades irlandesas por supostas violações de privacidade.

O lançamento do Facebook Dating estava previsto para ocorrer nesta sexta-feira (14), Dia dos Namorados na Europa (São Valentim). Essa nova seção do Facebook, criada para reunir potenciais amantes – e roubar espaço do Tinder – estreou nos em setembro passado e já está disponível em 20 países.

Entretanto, na Europa, onde a atenção das autoridades locais à privacidade é maior, especialmente desde que o novo Regulamento Europeu sobre a Proteção de Dados (GDPR) entrou em vigor, a gigante de Menlo Park encontrou um obstaculo: a Comissão Irlandesa de Proteção de Dados.

A autoridade da ilha europeia, responsável pela aplicação do GDPR no caso do Facebook (cuja sede europeia está sediada na Irlanda), considerou a comunicação formal enviada pelo site no dia 3 de fevereiro atrasada e com informações e documentação faltante. Por isso, ordenou uma inspeção na sede da empresa, ocorrida no último dia 10.

O gigante tecnológico da Califórnia reagiu adiando o lançamento do Facebook Dating. Em nota, a empresa de informou que demorou “um pouco mais de tempo” para garantir “que o produto esteja pronto para o mercado europeu” e alega ter “compartilhado as informações sobre proteção de privacidade antes do lançamento”. Não foi informado quando o lançamento ocorrerá.

Essa não é o primeiro caso de investigação envolvendo gigantes tecnológicos que violam o GDPR. A Irlanda já começou nas últimas semanas investigações contra o Google, por causa dos dados derivantes da geolocalização de seus usuários, e também sobre o próprio Tinder, pelo tratamento de dados pessoais.

Foi o que ocorreu no caso da troca de dados automática entre o Facebook e o Whatsapp, que custou uma multa de 110 milhões de euros (cerca de R$ 600 milhões) para os dois aplicativos. Ou também o caso da penalidade de US$ 5 bilhões nos Estados Unidos por violação da privacidade dos usuários.

Normalmente esse é um dia positivo para o fundador do Facebook: há seis anos foi o dia do aperto de mão com o fundador do Whatsapp, Jan Koum, que concordou em vender seu aplicativo por US$ 19 bilhões e uma cesta de morangos cobertos com chocolate.