FaceApp: aplicativo que envelhece fotos pode roubar suas informações pessoais
O aplicativo FaceApp virou moda na última semana depois de vários famosos se transformarem em suas versões mais velhas e a brincadeira popularizar.
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O aplicativo FaceApp virou moda na última semana depois de vários famosos se transformarem em suas versões mais velhas e a brincadeira popularizar. Afinal, quem nunca teve a curiosidade de saber como será daqui a 30, 40 anos? Mas alguns fatores estão causando dúvidas em especialistas e políticos sobre a segurança do aplicativo quando se trata de dados pessoais. A empresa russa ser desconhecida e não possuir outros aplicativos.
Na última quinta-feira (18), o aplicativo, foi notificado pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor por reter dados dos usuários e possuir uma política falha de segurança das informações. Segundo o Procon, a empresa russa deverá esclarecer o objetivo da captação e compartilhamento de dados dos usuários. Além disso, os termos de uso da ferramenta não são disponibilizados em língua portuguesa.
A Wireless Lab tem sede em São Petersburgo, na Rússia, como consta das condições de uso do programa. Fora isso, nada mais se sabe sobre a empresa. E quem lê com mais atenção as condições e a cláusula de proteção de dados pessoais, logo perde o prazer de brincar: o aplicativo não apenas coleta os dados dos usuários, como também armazena as fotos.
Os críticos temem que o Estado russo possa vir a utilizá-las. Mas, segundo assegura o chefe do Wireless Lab, Yaroslav Goncharov, só as imagens disponibilizadas pelo usuário são carregadas e manipuladas. A rigor, isso também seria possível no próprio aplicativo, admite, mas o desempenho do algoritmo de processamento melhora se as fotos se encontram na “nuvem”.
Segundo ele, os servidores encarregados não estão na Rússia, mas nos Estados Unidos, Cingapura ou Irlanda, e pertencem à Amazon ou ao Google. Além disso, a maioria das imagens é apagada dentro de 48 horas, diz Goncharov, e os metadados não são passados para terceiros além dos parceiros de publicidade. Isso não seria nada de novo, diz, pois também Facebook ou Google empregam dados de seus usuários ou os passam adiante.
Em carta às autoridades americanas, principal governo preocupado com os russos, o democrata Chuck Schumer apelou para que o FBI, em conjunto com o Departamento de Proteção Financeira do Consumidor (CFPB), investigue se os programadores transmitem a terceiros os dados de cidadãos americanos. Afinal, se exige que os usuários concedam “acesso total, irrevogável a suas fotos pessoais de dados”.
O senador considera “profundamente alarmante” que “uma potência inimiga, que pratica cibercrimes contra os EUA”, possa obter dados pessoais. Os democratas urgem seus candidatos presidenciais a eliminar imediatamente o app.
No entanto, depois que arrefeceu a primeira onda de indignação, especialistas começaram a se manifestar, alertando sobre um pânico exagerado. Sob o pseudônimo “Elliot Alderson”, um especialista em segurança francês conferiu se os dados são transferidos furtivamente: de fato, só são carregadas as fotos que o usuário escolhe, afirmou ao jornal inglês The Guardian.
Assim, ele rebateu assertivas anteriores, nas redes sociais, de que o Faceapp se apoderaria de todas as imagens guardadas nos smartphones. De resto, o programa só transfere o modelo e número de série do aparelho, dados que a maioria dos aplicativos já registra, para fins de análise de utilização. O medo do programa só se deve ao fato de a firma responsável estar sediada na Rússia, disse “Alderson”.
Apesar da discussão, ainda não há certeza se as fotos dos usuários não são usadas para outros fins, sem que eles percebam. E ainda está é incerto se o Faceapp é realmente capaz de predizer com fidelidade a aparência de seus usuários na idade avançada.
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