Depois de perder o filho, que se suicidou após receber ataques homofóbicos na internet, a cantora brasileira Walkyria Santos apoiou um projeto de lei da Câmara dos Deputados em que criminaliza a prática de comentários de ódio contra crianças e adolescentes na internet.

O PL 2699/2021, apresentado na quarta-feira (4) pelo deputado federal Julian Lemos (PSL-PB), aguarda despacho do presidente da Câmara para tramitação. A proposta leva o nome de Lucas Santos, filho de Walkyria que foi encontrado morto no condomínio onde morava com a mãe, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, aos 16 anos.

Lucas foi atacado com comentários de ódio no TikTok e, abalado com os comentários, decidiu tirar a própria vida. A cantora se mostrou ainda abalada e disse que os haters têm que ser responsabilizados pelos comentários nas redes sociais.

“Uma coisa muito boa que está no meio dessa desgraça. [O projeto de lei] é para que haja uma punição para esses comentários maldosos e vou precisar da ajuda de vocês, comentando, postando. Porque eu não consegui salvar meu filho. Mas o filho de Maria, de José, se a gente puder salvar… Vai ser uma lei, que se Deus quiser todo mundo junto, vamos aprovar e vai ter punição onde esses malditos não vão poder chegar e escrever o que quer. Vai ter prisão, multa”, disse.

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Walkyria Santos (@walkyriasantosoficial)

Consta no projeto…

…Que a prática de hater é realizar discurso de ódio ou discriminatório, tanto nas redes sociais como na internet como um todo, e que cause dano psicológico na criança e adolescente. O projeto quer que os autores sejam responsabilizados civil e criminalmente, com reclusão de um a quatro anos e multa.

As redes sociais também seriam responsabilizadas de forma civil por manter contas de haters menores de idade e é obrigada a excluir o comentário danoso à sanidade do jovem. A rede que não apagar comentários racistas, misóginos, xenófobos ou qualquer outro discurso de ódio será punido criminalmente por omissão.

Walkyria se emocionou porque a proposta leva o nome do filho e vê nela a possibilidade de punir esse comportamento e preservar vidas. “Vamos aprovar não só pelo meu Lucas, mas por muitos Lucas que estão por aí passando para esse problema de comentários maldosos. Vamos salvar nossas crianças. Não faço outra coisa a não ser chorar a perda dele. Me ajudem, por favor”, desabafou.