Mallu Magalhães sobre racismo em clipe: ‘ideia era despertar vontade de dançar’

Cantora disse que leu todas as críticas e também pediu desculpas

O lançamento do videoclipe da música ‘Você não Presta’, da cantora Mallu Magalhães, causou polêmica nas redes sociais. Isso porque muitos pontos do vídeo foram identificados como racistas, desde a objetificação dos corpos, apropriação cultural, distanciamento social, dentre outros. Após a péssima repercussão, no entanto,  Mallu pronunciou-se sobre o clipe e pediu desculpas aos fãs.

Segundo a cantora, a ideia era apenas ter um clipe com “excelentes dançarinos” e não a de passar mensagem “destrutiva”. Mallu explicou que sabe da existência do racismo e faz questão de combatê-lo. A cantora garante que leu todas as críticas e, após o debate, refletiu sobre a questão. 

“Fico muito triste em saber que o clipe da música “Você não presta” possa ter ofendido alguém. É muito decepcionante para mim que isso tenha acontecido. Gostaria de pedir desculpas a essas pessoas. Meu trabalho e minha mensagem têm sempre finalidade e ideais construtivos, nunca, de maneira nenhuma, destrutivos ou agressivos.

A arte é um território muito aberto e passível de diferentes interpretações e, por mais que tentemos expressar com precisão uma ideia, acontece de alguns significados, às vezes, fugirem do nosso controle.

Sei que o racismo ainda é, infelizmente, um problema estrutural e muito presente. Eu também o vejo, o rejeito e o combato.

Li cada uma das críticas, dos posts e comentários, e o debate me fez refletir muito sobre o tema. Entendo as interpretações que derivaram do clipe, mas gostaria de deixar claro minhas reais intenções.

A ideia era ter um clipe com excelentes dançarinos que despertassem nas pessoas a vontade de dançar, de se expressar. Foram convidados pela produtora e pelo diretor os bailarinos Bruno Cadinha, Aires d´Alva, Filipa Amaro, Xenos Palma, Stella Carvalho e Manuela Cabitango. Com a última, inclusive, tive a alegria de fazer aulas para me preparar para o vídeo.

É realmente uma tristeza enorme ter decepcionado algumas pessoas, mas ao mesmo tempo agradeço a todos por terem se expressado. E reitero o meu pedido de desculpa. É uma oportunidade de aprender.

Espero que, após este esclarecimento, seja aliviado deste espaço de conversa qualquer sentimento de ofensa ou injustiça, ficando os fundamentos nos quais tanto acredito: a dança, a arte e o convite à música”.