Adriano passou quase um mês trabalhando em São Paulo 

Em suas últimas férias, o funcionário público Adriano Souza Coelho trocou dias de descanso por muito trabalho e foi se aventurar na cozinha de um restaurante de alta gastronomia em São Paulo. Ele conseguiu a oportunidade que muitos entusiastas a cozinheiro sonham. Durante 21 dias, ele fez parte da equipe do famoso chef Henrique Fogaça, que ganhou notoriedade nacional como jurado do programa Master Chef, da Band.

Embora seja apaixonado pela culinária, Adriano nunca havia passado por uma experiência profissional. Mas ele sempre arrisca novas receitas na cozinha da própria casa, onde costuma receber amigos e familiares. E foi justamente através de uma amiga, que conhecia muito bem os dotes gastronômicos dele, que veio o convite para estagiar no restaurante de Fogaça.

“No dia de meu aniversário, em setembro do ano passado, fui convidado pelo chef sul-mato-grossense Lucas Vilela, que hoje é um dos subchefs do Sal Gastronomiapara, para estagiar lá e de imediato aceitei”, conta Adriano. 

Convite aceito, Adriano chegou a São Paulo pronto para viver uma experiência ímpar. “No primeiro dia, já tive uma reunião que fiquei de frente com o Fogaça e com toda a equipe do restaurante. De cara, percebi que o negócio era super sério e que deveria me comprometer com esta oportunidade”, disse.

Durante o estágio, Adriano conheceu o dia a dia de uma cozinha de alta gastronomia, com fluxo médio de mais de 250 pessoas por turno, entre almoço ou jantar. A carga horária do trabalho era de aproximadamente oito horas diárias, das 8h às 16h. “Trabalhei mais na cozinha de produção, mas também conheci a área de sobremesas e garde manger (saladas e entradas), com profissionais extremamente capacitados e dedicados no que faziam”, explica. 

Com a experiência durante os 21 dias, Adriano diz que conheceu bem a correria de uma cozinha e que reconhece a importância dos profissionais que atuam nesta área.

Da infância à universidade

A relação de Adriano com a gastronomia vem da memória afetiva da infância, dos tempos quando a mãe fazia lanches e almoços até para os colegas da escola. Nas festas para reunir a família e amigos, também era ela quem fazia a comilança.  “Lembro de minha mãe sempre me pedindo para experimentar a comida ou mesmo para colocar água nas panelas”, comenta o funcionário público.

Mas Adriano foi, de fato, comandar o fogão quando morou nos Estados Unidos e precisou se virar sozinho. Ainda sem muita experiência, ele lembra que um dia ligou para a avó e pediu a ela para ensiná-lo a fazer quiabo e maionese. “Na casa onde eu estava morando, eles plantavam quiabo e batatas. Então, resolvi fazer para a minha família americana como fazíamos no Brasil. Eles amaram”, recorda.

E a especialização veio mesma na universidade, onde Adriano cursou Turismo. Durante a faculdade, ele teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a gastronomia regional. Nas aulas, aprendeu como elaborar pratos típicos de Mato Grosso do Sul, como arroz carreteiro, caribel, escondidinho de carne seca, entre outros. “Nesta época, o gosto pela cozinha começou a ficar mais forte no meu dia a dia e eu era o amigo que sempre fazia comida para a galera”, conta.

Há dois anos, Adriano montou o apartamento onde mora de maneira planejada  para receber amigos e familiares, que são as melhores cobaias das receitas dele. “Amo cozinhar de tudo,  mas quero me especializar em risotos, pães de fermentação natural e doces. Inicialmente, quero continuar a fazer eventos para pequenos grupos e quem sabe num futuro  abrir meu próprio negócio”, revela.

Sobre sonhos

​​De toda a experiência na cozinha do restaurante do chef Fogaça, o que mais marcou Adriano foi ver a possibilidade que chegou através de um sonho. “Nunca deixe de acreditar em você mesmo e em seus sonhos. Nunca desista sem antes tentar”, ressalta.

E o projeto dele não para por aí. O funcionário público ainda tem planos mais altos. “Pra mim, a educação é o início de tudo na formação social de uma pessoa. E por isso, pretendo realizar, ainda neste semestre, um evento para reunir 100 pessoas para um jantar ou almoço onde o capital arrecadado será revertido para a construção de um pequeno centro educacional na periferia de Campo Grande”, conta Adriano.