Sem visitas, chás ou acompanhante, pandemia formatou novo ‘modelo’ de gestação para campo-grandenses
Quase 11 meses após o início da pandemia da Covid-19, a realidade de gestantes em Mato Grosso do Sul foi reformatada, por assim dizer. Com visitas controladas (ou vetadas), sem chá de revelação ou de fraldas e com engessamento no acesso de acompanhantes às salas de parto, ter filhos depois de 2020 mudou de cara. […]
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Quase 11 meses após o início da pandemia da Covid-19, a realidade de gestantes em Mato Grosso do Sul foi reformatada, por assim dizer. Com visitas controladas (ou vetadas), sem chá de revelação ou de fraldas e com engessamento no acesso de acompanhantes às salas de parto, ter filhos depois de 2020 mudou de cara.
Com a pandemia, a primeira mudança foi na garantia ao direito de ter acompanhante em partos. Atualmente, o acesso de não parturientes segue condicionados a regras especiais, como não pode ter sintomas gripais e seguir todas as medidas de biossegurança impostas. Mas houve ocasião em que o direito foi simplesmente negado.
As visitas na maternidade também se tornaram algo do passado, já que apenas os pais seguem permitidos nas maternidades. A mudança também foi adotada em casa: com os riscos de contaminação, muitas famílias decidiram vetar visitas familiares enquanto a pandemia não acabar. Dentre as histórias, há até aquelas de avós que só conheceram netos por videoconferência.
Relatos
O desafio para manter acompanhantes durante o parto foi apenas um dos problemas que as famílias tiveram que pensar durante a pandemia. Os relatos de preocupação são do começo ao fim da gestação.
Danúbia Burema, jornalista, de 32 anos, teve seu primeiro filho em setembro de 2020, Arthur, e conta que tinha muito medo de pegar a doença enquanto seu filho não completasse as semanas necessárias para sobreviver sozinho.
“O que mais me marcou, foi que eu pensava e contava as semanas para saber se acontecesse alguma coisa comigo, se eu pegasse Covid, meu bebê conseguiria sobreviver. Ninguém quer deixar um filho órfão, mas saber que seu bebê não vai ter chance se acontecer com você, é pior ainda. Depois que passou essa semana, foi quando eu comecei a relaxar um pouco mais, essa foi a parte mais difícil dessa experiência”
Danúbia também conta que foi tudo muito diferente do que ela e a família esperavam. Aos 32 anos, todo mundo estava ansioso para hora que ela fosse engravidar. Ela conta que Arthur foi um bebê muito esperado, mas não conseguiu fazer chá de bebê ou receber as pessoas, mesmo depois que saiu do hospital.
Além de todas as preocupações por conta do coronavírus, Danúbia teve que fazer sua cesárea de emergência, pois sua casa foi invadida, teve que sair correndo e acabou caindo. Como havia completado 40 semanas um dia antes, tudo ocorreu bem.
Ela teve seu bebê na maternidade do El Kadri, onde ela tinha muito medo de ser contaminada, pois lá também tratam pacientes com corona. O obstetra, porém, insistiu, por avaliar que era um lugar melhor. No final, tudo ocorreu relativamente bem e Arthur hoje já está com 4 meses e esbanjando saúde.
Também muito assustada, a mãe do Vitor, de quase 3 meses, Renata Volpe (31), jornalista, conta os meses de aflição e preocupação por conta de sua saúde e de seu bebê. Mãe de primeira viagem, as expectativas foram um pouco diferentes do que se espera de uma gravidez. “No geral, não pude curtir muito, só ia ao médico mesmo nos exames de rotina. Morria de medo, o tempo todo”.
“Durante o parto, todos estavam de máscara, mas mesmo assim não se sentia segura, por saber que esse vírus é incerto e imprevisível, então o medo rolou durante todo tempo”, disse.
Renata conta que a pior parte foi dividir o quarto com outra parturiente cujos acompanhantes não levavam a máscara a sério. “O tempo todo fiquei bastante preocupada, porque eu sei que muita gente não leva a sério o vírus. Um dos acompanhantes usava a máscara só cobrindo a boca, esquecendo de colocar no nariz. Desesperador. Quando tive alta, foi um alívio”.
Mesmo se cuidando muito, após 30 dias do nascimento de seu filho, seu marido acabou se infectando e ela e o bebê testaram positivo, mas todos passaram pela doença sem nenhuma complicação maior.
As maternidades de Campo Grande continuam com as restrições de apenas um acompanhante e todos precisam estar saudáveis, sem nenhum sintoma gripal. Também é necessário que use máscara o tempo todo e siga as medidas de biossegurança. Mesmo em tempos difíceis, é direito da gestante ter um acompanhante, para evitar qualquer problema ou casos de violência.
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