Há mais de um ano, a pandemia chegou e transformou radicalmente a rotina de todos. Se a experiência do isolamento não tem sido fácil para os adultos, a situação fica ainda mais delicada quando se trata das crianças. A educação foi um dos primeiros serviços a fechar as portas e as crianças tiveram que enfrentar uma nova rotina, com estudos em casa e sem a convivência dos amiguinhos. 

Em algumas escolas, o ensino tem sido híbrido, com aulas presenciais e remotas. É o caso do Pedro, de 6 anos, que vai à escola uma semana e na outra precisa enfrentar as aulas à distância. Mãe de Pedro, a bancária Suely Rodrigues conta que o filho não gosta das aulas online e ama ir para a escola. 

Na semana em que as aulas são à distância, a única interação que Pedro tem com os amiguinhos acontece no horário escolar, nas videoconferências. Porém, durante a aula não há tanto espaço para matar as saudades e Suely relata que o filho tem dificuldades para interagir com os colegas pela internet. 

“Eu queria brincar com os colegas, mas eu não posso”, diz Pedro. 

Lorenzo, de 5 anos, enfrenta o mesmo problema. Recém-matriculado em uma nova escola, ele só conhece os coleguinhas por foto. A arquiteta Renata Vargas conta que mudou de bairro e por isso matriculou o filho em uma nova escola. Ela conta que Lorenzo já reclamava muito da saudade da ‘prô’ e dos amigos. Agora, ele não vê a hora de conhecer a turma. 

Como as aulas são transmitidas por vídeo, a mãe é a única companhia de Lorenzo na rotina escolar e ele só conhece a professora pelas imagens transmitidas à distância. Lorenzo afirma que a rotina de fazer as atividades em casa não é tão divertida.

“Eu tô com muita saudade da escola, o coronavírus tá muito pior. Eu queria conhecer meus amiguinhos. Não vejo a hora de voltar a aula, queria conhecer a prô. Na escolinha é mais legal, fazer atividade em casa é chato”, conta Lorenzo.