Mesmo com a pandemia de coronavírus, mulheres decidiram mudar a rotina e buscar uma vida mais saudável em Campo Grande. Durante a pandemia, pessoas passaram mais tempo em casa e houve restrição nas academias e parques por um período, com isso o ganho de peso acabou se tornando uma consequência em um período tão incomum. O ganho de peso não incomodaria tanto se não viesse acompanhado das dores no corpo, falta de disposição e autoestima. Foi isso que levou mulheres de Campo Grande a buscar alternativas para manter uma vida saudável em meio à pandemia.
A publicitária Júlia Leite, de 28 anos, sentiu no corpo as consequências trazidas pela falta de exercícios e de uma alimentação equilibrada. Júlia conta que lutava contra a balança desde que lesionou o pé. Ela explica que fez fisioterapia até março, até que a pandemia começou. “Fiquei parada, aí em agosto comecei a sentir as dores no pé de novo, eu sabia que tinha engordado”, conta.
Júlia afirma que a motivação para mudar a rotina veio com o ‘Desafio Quarentena', proposto pela nutricionista. Segundo ela, o desafio é um programa de acompanhamento nutricional, onde as pacientes conversam, tiram dúvidas e compartilham suas rotinas de alimentação.
Segundo ela, o desafio não considera somente a perda de peso, mas também a rotina e o percentual de gordura do corpo. “Esse mês foi o mês. Eu, Júlia, gosto de ser desafiada e quando comecei a ver resultado no espelho e nas roupas, aí que fui atrás. No final, perdi 4,5kg, sendo 2,5% de gordura e uns 3,3 kg só de gordura”, diz.
Para Júlia, a mudança na rotina refletiu não só na autoestima, como também na alimentação, na rotina do sono e até na pele. “Não tive acompanhamento de personal, mas tive um treino montado justamente porque eu não podia e não posso fazer muitos exercícios”, explica.
Outra mulher que mudou completamente a rotina durante a pandemia foi a porteira Dilma Martins, de 33 anos. Ela conta que havia saído de um relacionamento abusivo recentemente, onde era constantemente criticada pelo seu corpo. Após a separação, ela conta que estava com a autoestima baixa e perdeu o controle de sua alimentação.
Porém, foi durante a pandemia que ela tomou a decisão de mudar de vida. Dilma conta que essa decisão partiu dela mesma, não da opinião de outras pessoas.
“Quando chegou maio, prometi que iria cuidar de mim. Eu queria voltar a me sentir bonita e amada, desta vez eu queria emagrecer por mim, não por marido nem pelas pessoas. Eu comecei dieta porque eu estava mal, com problemas na coluna e nos pés por causa do peso”, afirma.
Mesmo com dois empregos, Dilma conta que conseguiu alcançar uma alimentação saudável. Ela conta que não foi nada fácil no começo, mas hoje conseque se alimentar de maneira equilibrada, sem se privar das coisas que gosta. Como consequência da mudança, ela conseguiu perder quase 15 kg em poucos meses. Dilma fazia exercícios em casa, até mesmo no intervalo entre um serviço e outro.
“Hoje eu estou bem, feliz comigo mesma, aprendi a comer saudável, aprendi a me exercitar, melhorou meu jeito de dormir. Hoje falam que estou magra demais, mas a gente nunca vai agradar todo mundo. Sou uma nova Dilma, com mais força de vontade, aprendi a me amar, cuidar de mim, sou uma pessoa saudável”, conta.
Dilma espera que sua história incentive outras mulheres que assim como ela viviam em um relacionamento abusivo. “Quero que incentive outras pessoas, muitas mulheres sofrem pressão psicológica por causa do marido, principalmente quem engordou na pandemia. É muito ruim alguém chamar a atenção, falar que a gente está gorda. Eu só emagreci quando foi por mim, não pelas pessoas”.
