Quando Aniela nasceu, em Campinas/SP, o diagnóstico de duas síndromes raras levaram os pais a buscarem um lugar para morar que oferecesse, acima de tudo, qualidade de vida à filha. E o destino escolhido pelo casal foi Campo Grande, onde a família mora há 12 anos.
O pai, Schleiden Baliza, 47 anos, é administrador de empresas e em São Paulo também oferecia consultoria na área. A mãe, Solange Blaszaki, 47 anos, era empresária e cabeleireira. Mas pelo conforto da menina, os dois largaram toda a estabilidade profissional para virem em busca do famoso ar interiorano da Capital Morena.
“Consegui ser transferido para cá e em algum tempo a Solange conseguiu montar o salão dela, mas chegou uma hora que não conseguimos mais conciliar a rotina do trabalho com os cuidados que a Aniela precisava”, comenta o pai.
Quando vieram para Campo Grande, Aniela tinha apenas 1 anos de idade e os médicos de São Paulo até apoiaram a decisão dos pais em buscarem uma cidade com o ritmo de vida mais pacato, já que os recursos da medicina paulista não faria tanta diferença no tratamento da menina.
Crise
Em 2016, Aniela teve uma crise e precisou ser internada por quase dois meses. Neste tempo, a atenção de Schleiden e Solange à menina precisou ser redobrada. Os dois passaram a viver quase 24 horas em função dos cuidados e necessidades dela.
Solange precisou deixar o salão na mão dos funcionários e teve um desvio de aproximadamente R$ 20 mil. Com os prejuízos, o casal decidiu fechar o empreendimento, mesmo que isso significasse diminuir o orçamento doméstico.
Além das despesas ordinárias de uma criança, o tratamento de Aniela gera um custo mensal de aproximadamente R$ 1,5 mil, com gastos de medicamentos, fraldas geriátricas, plano de saúde. O casal também tem mais um filho, de 9 anos.
Cuca da Mamma
Com receita da mãe, Solange colocou a mão na massa para engrossar a renda familiar e começou a fazer cucas recheadas.
“Minhas avós também faziam cucas. Uma era polonesa e a outra italiana. Minha mãe pegou as receitas e incrementou do jeito dela”, conta Solange sobre a origem da massa.
A essa altura, estava bastante complicado para Schleiden adequar a rotina do trabalho aos cuidados que Aniela precisava. Era uma ginástica diária que acabou ficando impossível de sustentar. “A Aniela precisava da nossa presença, então decidimos focar nisso e larguei o emprego”, conta o pai.
As cucas passaram a ser a única renda da família. Schleiden faz as entregas durante a manhã, enquanto Solange cuidava da filha. Após o almoço, a mãe se dedica às cucas e Aniela fica com o pai. Quando tem entrega para fazer à tarde, a menina o acompanha e aproveita para fazer o que ela mais gosta: dar uma voltinha de carro.
Agora, a família tenta enquadrar o novo orçamento às despesas mensais. “Dá para manter o básico, mas nada é mais importante do que as necessidades da nossa filha”, diz Schleiden. Aniela tem síndrome de Sturge Weber e de Klippel Trenaunay, e ela não tem a parte direita do cérebro.
Sabores
Com o valor de R$ 13, cada cuca tem 650 gramas e os sabores dos recheios são de brigadeiro, beijinho, doce de leite, goiabada, maracujá com beijinho, beijinho com uva, vinho.
Solange também faz pão de queijo congelado, pão caseiro, pão integral e fitness.
Por enquanto, a produção não tem um espaço físico para comercializar as cucas e os pães, mas o casal atende encomenda através do telefone (67) 99182-8869.