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Comportamento

Com modelo diverso de família, existem novos olhares sobre o Dia das Mães

Nas redes, já há um debate se a celebração do Dia das Mães e do Dia dos Pais não deveria dar espaço a um "Dia da Família", no qual os padrões familiares fossem representados tal qual a realidade, ou seja, de forma diversa.
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Em relação às cifras, o perde apenas para o Natal, quando o volume de compras no varejo atinge seu ponto máximo ao ano. O segundo lugar do Dia das Mães, no entanto, reflete inegavelmente o quanto a data é sagrada para brasileiros. Celebrar este dia é uma cultura que vem desde muito cedo: aprendemos isso ainda na escola.

Com modelo diverso de família, existem novos olhares sobre o Dia das Mães
Nanci e os filhos já não comemoram o Dia das Mães de forma tradicional (Foto: Arquivo pessoal)

No calendário escolar, o Dia das Mães é inegavelmente uma das principais atividades trabalhadas. Envolve homenagens, festas, entrega de presentes, muita coisa feito à mão pelos próprios estudantes, a fim de estimular a criatividade e fortalecer os vínculos entre mães e filhos. Só que, atualmente, com o surgimento de novos e complexos modelos parentais, há novos olhares acerca da celebração.

“Sou avessa a essas comemorações que enaltecem um modelo de família ‘margarina’, o qual não traduz a diversidade dos arranjos familiares da atualidade e acabam sendo traumáticas para as nossas crianças”, conta a jornalista Nanci Silva, mãe de dois filhos.

Nanci relata que, após a morte de seu esposo, quando o filho mais novo tinha 9 anos, o primeiro Dia dos Pais foi traumático. “Ele teve uma recaída emocional fortíssima durante as comemorações da escola. Isso implicou em muita dor, choros e muitas sessões de terapia”, relata.

A estudante de direito Giovanna Medeiros, que é mãe de duas meninas, também compartilha da opinião de Nanci. “Eu me preocupo se minhas filhas vão se sentir discriminadas se em alguma festa dessas eu não puder ir. Existe uma questão de simbologia que coloca a gente, mulher, como a insubstituível. Isso tudo só complica a educação das crianças, já que não somos perfeitas e os pais também têm responsabilidade na criação”, comenta.

A questão vivida pela família de Nanci e endossada por Giovanna, portanto, relaciona-se com um debate cada vez mais presente: afinal, a celebração do Dia das Mães e do Dia dos Pais não deveria dar espaço a um “Dia da Família”, no qual os padrões familiares fossem representados tal qual a realidade, ou seja, de forma diversa?

Debate necessário

A pedagoga Marília de Almeida, mãe de dois filhos, faz parte de um grupo que, nas redes sociais, discute as estruturas escolares com base em novos modelos de família. Para ela, é importante que o Dia das Mães seja trabalhado nas escolas de maneira mais plural.

“Eu gosto de ser celebrada por ser mãe, mas nós temos uma alteração considerável daquele modelo tradicional de família. Ele é minoria, ele quase não existe, mas ainda é protagonista. Ou seja, eu acho que temos um problema de representatividade quando as escolas enaltecem o modelo padrão, que nem é mais o padrão”, comenta a pedagoga, que completa:

“Lá em casa, por exemplo, meus filhos têm duas mães. Se houver uma festinha na escola, será que estão todos preparados a acolher a minha família, também? Ou será que não poderemos entrar pela porta da frente porque alguns pais acham constrangedor? Que educação vamos dar aos filhos?˜, opina a pedagoga.

Proposta pedagógica

Com modelo diverso de família, existem novos olhares sobre o Dia das Mães
Novas propostas pedagógicas trabalham diversidade familiar para evitar constrangimentos (Reprodução)

Em , uma escola promove o debate entre os pais e se esforça para encontrar uma saída para agradar a todos. “Nós chegamos a fazer o Dia da Família, mas nós acabamos entendendo que fazer a festa do Dia das Mães é um direito, pois é uma realidade’, destaca a diretora pedagógica da escola Gappe, Sandra Ferreira.

Para ela, a preocupação é garantir a aplicação de uma proposta pedagógica que trabalhe a existência de vários modelos familiares, para promover acolhimento à diversidade, e deixar os alunos livres para trazerem quem quiserem nessas comemorações. Segundo a diretora, a proposta de liberar quem vai representar a mãe ou o pai nas festas escolares ajudou a diminuir constrangimentos e permitiu que os estudantes convivessem com outros modelos familiares.

“Tem sido comum, em algumas festas, que a avó venha no lugar da mãe, que o tio venha no lugar do pai, que a mãe venha no lugar do pai e por aí vai. Em sala de aula, a gente conscientiza os alunos sobre essa diversidade”, conclui.

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