Discussão ‘quebrou’ a internet

A cantora lançou nesta semana o clipe “Vai Malandra!”, onde a favela do Vidigal é o cenário do retorno da cantora às suas raízes: o funk. O que chamou a atenção de quase todo mundo foi o close na bunda da cantora que abre o vídeo. Sem retoques, que teriam sido proibidos pela artista, Anitta mostra seu corpo “da forma como é”, e inspira outras mulheres a fazer o mesmo. 

Anitta mostrou celulite em 'Vai Malandra' e mulheres querem assumir seus corpos reais

Para Amanda e outros fãs, Anitta é “sincerona” em suas opiniões. Com balé inclusivo (com mulheres gordas e um bailarino com Síndrome de Down), já tendo falado sobre empoderamento, não é a primeira vez que a cantora se posiciona dessa forma. “As mulheres estão cansadas da cobrança de perfeição o tempo todo em sua vida. De modo geral, o que uma cantora fez de assumir seu corpo como é, trouxe uma leve mudança de mentalidade. Algumas mulheres vão pensar: ‘se a Anitta tem, eu também tenho, então vou parar de me cobrar tanto’”, diz a psicóloga Fernanda Pereira. 

A advogada Alessandra Paes, 32 anos, diz que não é tão fã assim, mas que se sentiu bem inspirada com a atitude da cantora. “É muito cansativo ser sempre bonita, ficar indo atrás de tratamentos caros e que muitas vezes são dolorosos, apenas para evitar uns furinhos na pele. Cansa demais. Ver Anitta, famosa, assumir isso em um clipe, realmente inspira”, opina. 

Enaltecendo o diferente

Um exemplo de aceitação dos chamados “defeitos” é o projeto da paquistanesa Sara Shakeel, fotógrafa, que vem destacando suas estrias usando glitter e cristais coloridos criados pelo Photoshop e o resultado desse experimento tem sido publicado em sua conta no Instagram. “Nunca me senti tão poderosa, livre e orgulhoso das minhas estrias em toda a minha vida. De onde eu venho e vivo, ser gordinha ou mesmo falar de estrias não é algo para se orgulhar (…) apoie-se e ame-se por quem você é! Porque há alguém lá fora compartilhando os mesmos sentimentos que você é!”, escreveu em um de seus posts.

“Estrias, celulites, manchas, são coisas normais de corpos humanos. Mas a pressão social para alcançar um padrão perfeito é muito forte. Por isso a importância de projetos e atitudes que façam as mulheres entenderem suas belezas como normais. A pressão estética vivida socialmente é um peso muito grande”, analisa a psicóloga. Para ela, a aceitação física contribui diretamente com a aceitação social e psicológica de cada mulher.