Com mais de 500 mil membros, grupo Ilha da Macacada fortalece os fóruns nas redes

Interação é a chave do espaço

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Interação é a chave do espaço

 

Com mais de 500 mil membros, grupo Ilha da Macacada fortalece os fóruns nas redesCom o Facebook sendo uma das principais redes sociais utilizadas pelos brasileiros, um novo espaço tem se fortalecido como “ponto de encontro” por lá: os grupos. Focados em determinado conteúdo, permitem uma interação maior entre pessoas desconhecidas, unidas pelo mesmo interesse. Um desses grupos, que hoje conta com mais de 500 mil membros, é o Ilha da Macacada, que surgiu a princípio como um local para troca de ideias entre jogadores de LoL (League of Legends), um game popular em todo o mundo. O grupo agrega usuários de inúmeras faixas etárias.

Quem fala mais sobre isso é o criador do grupo, Samuel Rehbein. “O grupo começou no dia 13 de abril de 2013. Eu jogava e era criador de conteúdo em uma página de humor do LoL. Sempre gostei muito de me envolver com a comunidade dos games que eu joguei, mas quando cheguei no LoL não encontrei um lugar para que eu pudesse fazer isso, então eu mesmo criei um”, relembra.

Mas, por mais que seja um fórum com membros ativos, administrar o grupo é coisa séria. “Atualmente a ‘staff’ (equipe) do grupo é composta por 14 administradores e 6 moderadores no grupo principal, mais cerca de 10 pessoas responsáveis pelos servidores de jogos”, descreve Samuel, além de vários grupos paralelos que surgiram a partir desse, “como o de estudos, onde atualmente o pessoal está se preparando para o Enem”, acrescenta.

Reprodução/Facebook

 

Em fevereiro de 2016, o Ilha da Macacada foi hackeado quando contava com 250 mil membros, e saiu do ar. Porém, a mobilização foi tanta, que os moderadores criaram um novo grupo (o atual, com mesmo nome) e em poucas horas já tinham 100 mil membros. A relação dos usuários com o grupo, segundo Samuel, é bem próxima. “Criei o grupo inicialmente apenas para interação voltada a discussões que envolviam o jogo, porém, o que eu não tinha em mente é de que as mesmas pessoas que gostam de jogar, também gostam de discutir assuntos sérios, fazer brincadeiras, criar memes, etc. Então à isso se deve esse ambiente único que temos hoje em dia”, avalia. O foco continua sendo as partidas de LoL, mas o grupo ganhou vida própria como um espaço de ponto de encontro. 

Regras rígidas

Nesta terça-feira (18), uma notícia trágica agitou a imprensa nacional e também muitos jogadores de League of Legends, quando o estudante Gustavo Detter, de 13 anos, foi vítima de um acidente após ser desafiado a se enforcar por ter perdido uma partida de LoL. Membro do Ilha da Macacada, houve bastante comoção por parte dos membros. “Em respeito ao garoto que era membro do grupo e à família que está passando por um momento difícil, pedimos conscientização do restante dos membros para que não ficassem exaltando esse ocorrido, seja lá de qual forma fosse, no grupo. Alguns de nossos reais membros foram até o perfil dele mandar mensagens de apoio à família, prestar suas homenagens e mostrar o quanto sentiam a perda de um irmão”, relata Samuel.

A moderação do grupo está sempre atenta à excessos dos usuários e as regras são claras. Caso sejam desrespeitadas, o membro é banido na mesma hora, ficando impossibilitado de postar ou ver as postagens no fórum. Porém, uma regra muito curiosa chama a atenção de quem não acompanha a rotina do grupo. Quem for banido pode ter a chance de retornar se fizer uma boa ação social e postar imagens. “Essa regra foi algo que surpreendeu a nós mesmos. Recebemos via e-mail vídeos de membros dando agasalhos e refeições para mendigos, doando para instituições de caridade, montando locais com acesso a ração e água para cães errantes e muitas vezes até adotando-os. Nós criamos essa regra pensando que quem queria voltar para o grupo eram os membros banidos, então se isso é o que queriam, que fizessem algo de bom para a comunidade onde estão inseridos”, afirma o criador do grupo.

Outra questão que o Ilha da Macacada está tentando trabalhar dentro do ambiente virtual é um respeito maior para as meninas gamers, que muitas vezes eram hostilizadas apenas por serem mulheres e se interessarem por esse ambiente temático dos jogos. Samuel conta que isso está lentamente mudando. “Essa mudança foi algo que partiu da força de vontade de uma das nossas administradoras que contra vários xingamentos de membros que hoje em dia estão banidos, conseguiu provocar um sentimento de mudança tanto nos membros quanto no resto da staff. Nós temos um grupo que se chama Ilha da Macacada Feminina, ele antigamente era usado especificamente para as meninas conversarem sem serem ofendidas ou julgadas de maneira errada. Ficamos felizes de que hoje em dia o grupo serve apenas para haver mais aquele ‘papo de mulher’ do que para elas se protegerem das ofensas”, analisa Samuel. “No cenário gamer infelizmente ainda há muito desse tipo de atitude machista, então ficamos felizes de fazer parte da mudança”, acrescenta.  

Conteúdos relacionados

onlyfans
senhas Bioparque Pantanal