Confira abaixo.
Blade II (2002)
Dando sequência ao primeiro grande sucesso da Marvel nos cinemas, Del Toro ganha carta branca para fazer um filme verdadeiramente radical. Se o primeiro Blade era bem mais centrado em um drama com toques de terror, o segundo é uma aventura dark e com excelentes cenas de ação, já demonstrando seu grande apreço por equipes sobrenaturais e criaturas da noite com um visual caprichado. É um dos mais subestimados e divertidos longas que contam com o selo da Marvel, sendo um marco para o personagem de Wesley Snipes em toda a cultura pop.
Hellboy (2004)
Após a bem-sucedida investida no mundo dos quadrinhos com o segundo filme do caçador de vampiros da Marvel, Del Toro volta o olhar para um outro personagem das páginas coloridas. Dessa vez, algo bem mais próximo de suas aspirações góticas e lovecraftianas, levando o monstruoso Hellboy para as telas, em um filme sombrio e bem mais voltado para o horror, mas que cativa pelo carisma irresistível do ótimo Ron Perlman no papel titular, um demônio resgatado por soldados da Segunda Guerra Mundial e posteriormente treinado para ser um agente que protege o mundo de forças sobrenaturais.
O Labirinto do Fauno (2006)
Passando bastante tempo no pipocão de Hollywoodiano com longas extravagantes, Del Toro enfim realiza seu projeto mais passional. De volta ao idioma espanhol, O Labirinto do Fauno é um filme profundamente artístico e alegórico, contando – em forma de fábula sombria – a história de uma jovem menina que descobre uma terra sinistra habitada por criaturas fantásticas, tudo isso ao pano de fundo e uma guerra perturbadora na Espanha. É o filme mais único de toda a sua carreira, e que oferece alguns dos melhores designs de monstros graças ao trabalho do excepcional Doug Jones, irreconhecível por trás de maquiagens e prostéticos de diferentes criaturas.
Hellboy II – O Exército Dourado (2008)
Voltando para se divertir em Hollywood, o segundo Hellboy é aquele tipo de continuação que supera o original em praticamente todos os aspectos. Ainda que mantenha os elementos de terror, é um filme mais leve e divertido do que o anterior, apostando em um universo bem mais rico e personagens fantásticos, que colocam a iminência de uma guerra de elfos como principal conflito. É a direção mais estilosa de Del Toro, que desenvolve as emoções de Hellboy ainda mais – ainda que o maior ladrão de cenas seja o engraçadíssimo poltergeist vivido por Seth MacFarlane. Pessoalmente, é meu preferido de toda a sua carreira.
Círculo de Fogo (2013)
Praticamente um hino de louvor nerd. Sem qualquer pretensão ou almejo de ser algo a mais do que se propõem a ser, Círculo de Fogo é um grande filme de bonecos. Inspirado por animes e o gênero kaiju japonês, temos a simplista história de humanos que usam robôs gigantes para batalhar com monstros colossais ao longo do planeta, no que garante um espetáculo colorido impressionante e que é incapaz de deixar alguém entediado. Não espere nada dos personagens humanos ou de seus dramas, e divirta-se com a pancadaria digital sensacional.
A Colina Escarlate (2015)
Depois de tanto flertar com elementos de terror gótico em Hollywood, Del Toro mergulha de cabeça no gênero, em mais uma história original; e agora envolvendo fantasmas. Mas ainda que a proposta seja interessante e os elementos visuais sejam caprichados como sempre, A Colina Escarlate se perde em sua confusão tonal, onde o terror gótico perde espaço para um drama familiar/romance trágico que pouco convence ou encanta, apesar dos esforços do elenco encabeçado por Mia Wasikowska. O filme mais decepcionante de toda a sua carreira.
A Forma da Água (2018)
O filme que finalmente deu o Oscar para Guillermo Del Toro, e que acaba representando seu trabalho mais maduro, de certa forma. É a junção de uma clássica história de espionagem na Guerra Fria da década de 50 com… um romance escaldante entre uma mulher muda e um homem-peixe fugitivo de um laboratório, representando (assim como O Labirinto do Fauno) mais uma fábula sombria e com elementos típicos de sua carreira. É um bom filme, e que novamente surpreende por seu cuidado estético acima do comum, mas que não representa tão bem o fator mais fantástico do cineasta.
O Beco do Pesadelo (2021)
Estando no topo do mundo após faturar 3 Oscars com A Forma da Água, Del Toro retorna com uma escolha incomum: o remake de um filme da década de 40, que adapta a história bem bizarra de um golpista sobrenatural envolvido com um circo de aberrações. Surpreendentemente, O Beco do Pesadelo acaba se mostrando como a melhor e mais caprichada investida do diretor em filmes mais “sérios”, especialmente por não contar com nenhum elemento realmente sobrenatural, apenas concentrando-se no gênero noir, movido pela excepcional performance de Bradley Cooper como um protagonista difícil e imprevisível. Uma bela surpresa e um ponto fora da curva em sua carreira.