Artista campo-grandense faz desenhos que conscientizam sobre a pandemia do coronavírus

Em meio à pandemia do coronavírus, o artista campo-grandense Leonardo Mareco espalha seus desenhos pela cidade para conscientizar a população

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Quem anda pelas ruas de campo-grande vez ou outra se depara com manifestações artísticas que relatam a realidade que estamos vivendo. Em meio à pandemia do coronavírus assolando o Brasil e o Mundo, o artista campo-grandense Leonardo Mareco espalha seus desenhos pela cidade para conscientizar a população.

Entre seus trabalhos mais interessantes estão o “malabarismo social” e os “pontos de higienização”, mas o mais recente foi produzido na comunidade Só Por Deus, em parceria com a Central Única de Favelas de Mato Grosso do Sul, com os dizeres “Aqui o Isolamento Social sempre existiu”.

“Eu já fazia graffiti nas ruas, mas não me adaptei da melhor forma linguagem. Foi quando conheci a técnica do lambe lambe, que são esses cartazes artísticos fixados com cola. Isso me permitiu levar os desenhos que eu fazia em casa para as ruas, de forma mais rápida e simples”, conta o artista ao Jornal Midiamax.

As técnicas foram desenvolvidas na faculdade de Artes Visuais, conhecendo outros artistas do ‘lambe-lambe’, pesquisas na internet com autodidatismo, e também entrando em contato com alguns artistas de fora de Campo Grande.

Dentre suas obras, mesmo pré-pandemia, Leonardo conta que sempre teve um viés crítico e tudo que vivencia esta presente nos trabalhos. No momento, desenvolve a série sobre a pandemia, e as diversos lados dessa crise, além da conscientização.

“Acho que o principal é tentar mostrar um lado que as pessoas não costumam ver, que é o caso da última intervenção que fiz na favela Só Por Deus. Foi tentar trazer visibilidade para esse problema social que sempre existiu, fazendo uma relação com o isolamento causado pela pandemia que atingiu a todos, mas aquela parte da população sempre esteve em isolamento de alguma forma. Por isso acho importante levar arte para esses locais”, reitera Leonardo.

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“Tio, tio, posso ver seu caderno?” Foi assim q esse garotinho (que não me recordo o nome) chegou em mim quando eu estava colando o lambe em uma das casas da Só Por Deus. “Quando terminar aqui te mostro” Respondi, atarefado e com as mãos sujas de cola. Passaram -se alguns minutos terminei a intervenção e como sou muito disperso esqueci do garotinho, que ali me esperou atento até o fim. “Tio, o caderno”, me lembrou. Imediatamente peguei o caderno e dei em suas mãos e continuei a registrar algumas fotos. Quando olho para o lado, depois de alguns bons minutos , lá estava o garotinho no mesmo lugar, folheando as páginas, rindo, deixando se levar pela imaginação. Obrigado @dukacg por eternizar essa lembrança, o simples pode transformar realidades.

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Em seu portfólio recente relacionado à pandemia, Leonardo destaca o ponto de Higiene, um projeto que leva para vários pontos da cidade, como forma de ajudar as pessoas a se higienizarem constantemente. O primeiro foi feito na avenida Júlio de Castilho.

Também foi o autor do desenho ‘Malabarismo Social’, presente no bairro Taquarussú, e que faz uma relação com uma brincadeira de criança, mas também traz a vulnerabilidade daquelas pessoas que precisam estar na rua trabalhando, independente dos riscos que oferecem à saúde.

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O primeiro dos desenhos relacionado ao coronavírus e suas consequências na sociedade foi a obra “Os pandemônios”, sobre “relacionamentos tóxicos em tempos tóxicos” e que mostra o presidente Jair Bolsonaro, de máscara, beijando o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, também mascarado, em um ponto de ônibus.

Para acompanhar as produções do artista basta entrar em seu perfil no Instagram ou ficar atendo ao andar pelas ruas de Campo Grande. O jovem também destaca estar aberto para contato caso alguém esteja interessado em um Ponto de Higiene.

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