A Estrada Parque encanta tanto que já ganhou o apelido de “estrada charme”. E é justamente lá que inicia o encontro com a natureza, de uma forma que o homem parece retornar ao estado primitivo e permanecer isolado, apenas contemplando o verde, a fauna sul-mato-grossense e ouvindo sons característicos. Neste espaço, respeitando toda a geologia, é que nasce o primeiro condomínio 100% ecológico de Mato Grosso do Sul.
A localização privilegiada fica aos pés do sagrado Morro do Paxixi, no Distrito de Camisão, a 130 quilômetros de Campo Grande. Sendo assim, o condomínio permanecerá a 3 km do Rio Aquidauana e 3,2 km de uma famosa vinícola na região.
Um dos sócios-proprietários, o construtor e empresário Diego Kuhn, de 34 anos, ressaltou que, por ser o primeiro do tipo, é necessário vender antes o conceito e depois o lote. Em total harmonia com a natureza, o lugar nasce de um conceito exclusivo de sustentabilidade, unindo conforto moderno à essência selvagem do cerrado.
Neste sentido, a intenção é comercializar pouquíssimas unidades, cerca de 40, sendo cada lote com aproximadamente 450 m². “Poucos vão ter o privilégio de ter um pedaço deste paraíso ecológico, de mais de 2.620 m² de área comum verde. Será como um parque ecológico privado, com trilhas de caminhada, mata nativa, pontos de descanso e locais para acampamentos sob as estrelas”, avalia Diego.
Condomínio ecológico: conceito surgiu entre as décadas de 60 e 70

Ainda segundo o empresário, os primeiros “condomínios ecológicos” do mundo surgiram nas décadas de 1960 e 1970, em países como a Escócia e os Estados Unidos, pavimentando o caminho para empreendimentos que integram moradia e natureza.
Agora, essa tendência global ganha forma inédita em solo sul-mato-grossense – um refúgio ecológico singular, pronto para transformar a maneira como vivemos e investimos em imóveis. Por aqui, a escolha foi pelo cenário majestoso do Morro do Paxixi, uma montanha envolta em misticismo e significado.
Sustentabilidade e baixo impacto
De acordo com o construtor, as construções seguirão o princípio da sustentabilidade e baixo impacto: estão projetadas como cabanas ecológicas integradas à mata, mesclando arquitetura rústica e conforto moderno em perfeita sintonia com a paisagem.
Diego explica ainda que todo o projeto de infraestrutura foi pensado para minimizar intervenções desnecessárias no ambiente. Por exemplo, as vias internas serão pavimentadas com cascalho natural, em vez de asfalto, preservando a permeabilidade do solo e o aspecto natural do lugar.
Haverá fornecimento de água potável, energia elétrica e iluminação eficiente, porém sem excessos – cada lote, inclusive, receberá mudas de árvores frutíferas do cerrado em sua arborização, fortalecendo a integração entre Jardim privado e ecossistema local. Em resumo, toda a infraestrutura do Alive é sustentável: funcional para os moradores, porém gentil com a natureza que o cerca.
Em meio ao empreendimento, um riacho de águas cristalinas – alimentado por uma das “lágrimas” do Morro do Paxixi – percorre a área verde, reforçando de forma palpável a sensação de integração total com o meio ambiente.
Uma ponte de madeira sobre o curso d’água complementa o cenário de maneira orgânica, convidando os moradores a atravessar literalmente para um estilo de vida mais conectado à terra. Ao redor desse riacho, a mata ciliar e a APP (Área de Preservação Permanente) permanecem intocadas, garantindo que o som tranquilo da água corrente e o canto dos pássaros façam parte da rotina dos proprietários.
Como tudo começou?

Conhecedor da região, Kuhn adquiriu uma propriedade no local, o Itaju Eco Hotel. Em pouco tempo, o empreendimento ficou famoso pelas belezas e a presença do público para pesca, principalmente as mulheres.
Em seguida, passou a investir em loteamentos nas regiões próximas, passando a atuar em conjunto com o ramo imobiliário, para conseguir as licenças. Na época, Kuhn explica que a Estrada Parque não tinha nem asfalto e era considerada “uma estrada perigosa, cheia de montanhas e curvas”.
Com a evolução da rota, muitos investidores passaram a ter um novo olhar para a região e, em seguida, chegou a vinícola e novos condomínios, como o Vila da Serra. Neste momento, ao perceber que pescadores estavam construindo muitos chalés, Diego teve uma visão de negócio e passou a construir este tipo de moradia também. Sendo assim, sete chalés foram erguidos na região do distrito do Camisão.
Ainda analisando o comportamento da região, o empresário disse entender que, quem adquire algo ali, é porque está em busca do turismo contemplativo. “E nós começamos a acompanhar a aceitação nas redes sociais, quando alguém comentou que o ‘pessoal da especulação imobiliária’ estava acabando com o Pantanal. Vi outros do tipo também, fazendo observações parecidas, quando procurei entender mais sobre a abertura de áreas na região”, comentou Diego.
‘É uma área de contemplação e não arquitetônica’, explica construtor
É a partir daí que tudo mudou e Kuhn buscou normativas e informações que corroboram a construção sustentável, entre elas publicações da Universidade de Harvard, que destaca a importância de integrar práticas sustentáveis em habitações, Universidade de Stanford, que enfatiza a importância de projetar habitações que considerem os interesses da comunidade, integrando inovações em design sustentável, acesso à natureza, ar fresco e proximidade com o transporte público, contribuindo para a redução do uso de veículos particulares, entre outros estudos.
“Neste pesquisa aprofundada, com artigos científicos, vimos que os condomínios ecológicos seriam a solução. E aí trouxemos o conceito, com árvores catalogadas, principalmente aquelas que estão em estado de fotossíntese, em fase de crescimento e os espaços que não tem a árvore, por exemplo, vamos reflorestar. Ou seja, não estamos adequando o terreno ao projeto e sim o projeto ao terreno, tudo aliado ao sistema de construção”, finalizou.
Confira o vídeo explicativo sobre o condomínio ecológico: