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Práticas circenses saem do picadeiro e viram atividade esportiva em Campo Grande

Práticas de tecido acrobático e lira furaram a bolha do circo e viraram hobbie de quem procura por exercícios físicos não convencionais
Monique Faria -
Lais Dantas Amaral e Nayara farias. (Fotos: Arquivo pessoal)

Quando se fala em prática circense, além da tradicional palhaçaria, também vêm à memória as clássicas acrobacias no trapézio, atividades que envolvem equilíbrio e muita habilidade corporal. De fato, todas essas atividades são vistas em espetáculos no picadeiro. Mas, nos últimos anos, essas mesmas práticas furaram a bolha do circo e entraram na rotina de quem procura por um hobby que trabalhe o físico e a mente.

Nesta quinta-feira (27), Dia do Circo, o Jornal Midiamax apresenta esse fenômeno, que já é praticada em . Por aqui, as práticas circenses já ultrapassam o picadeiro e chegaram aos estúdios como práticas esportivas, com adeptos de todos os gêneros. Como no Stúdio Voart, onde as aulas de lira e de tecido acrobático são requisitadas. Segundo a proprietária e professora das atividades, Nayara Farias, 31 anos, os benefícios de praticá-los são inúmeros: vão desde força e flexibilidade, até melhoras na saúde mental.

“Com a prática, se ganha resistência, força, flexibilidade, consciência corporal. A evolução pode ser vista já no primeiro mês. Mas o benefício mais precioso não é no corpo. Com as atividades circenses, obtemos uma aproximação da arte que nos transforma psicologicamente. Ganhamos confiança, autoestima e entramos em uma comunidade muito unida. Isso também fortalece nossas habilidades sociais”, explica a professora.

A trajetória de Nayara no ramo começou a ser traçada quando ainda estava na faculdade, no ano de 2015. Nesse período, ela treinava com uma colega de curso, como um hobby. Mas, passou a ver as práticas como profissão quando suas amigas começaram a pedir para que ela as ensinasse.

Admiração pelo circo começou na infância

Apesar do histórico familiar envolvendo , nenhum deles atua no circo. Mas, isso não impediu que Nayara tivesse uma grande admiração pelas práticas circenses, desde pequena.

“Foi uma admiração que começou na infância, nos espetáculos de circo coloridos e cheio de brilho. Então, sempre tive interesse [nas práticas circenses], mas achava que era uma coisa que só o pessoal dos circos itinerantes podiam fazer”, conta.

Talvez, a Nayara criança, que brilhava os olhos assistindo a um espetáculo de circo, não acreditaria se ouvisse alguém dizer que no futuro estaria não só praticando acrobacias na lira e tecido, como também ensinando a suas alunas. Atualmente, ela prioriza as atividades e não as deixa de lado por quase nada – nem mesmo no último mês de gestação.

“Nem na gestação eu parei. Minha médica podou algumas coisas, mas sabia que eu não iria conseguir ficar afastada da prática e do Studio. Quero poder passar essa arte para o meu filho e para os meus netos, até a minha velhice mesmo”, conta.

Nayara Farias. (Fotos: Arquivo pessoal)

Práticas de tecido acrobático são alternativas para musculação

Para quem não curte fazer musculação ou crossfit, as práticas de tecido, lira e pole dance acabam sendo alternativas para trabalhar o porte físico. Isso porque, além conferir flexibilidade ao corpo, fortalece os músculos.

É o caso da estudante Beatriz Oliveira Mannarelli, 20 anos, que decidiu fazer o tecido acrobático pensando em unir uma atividade que trabalhasse a flexibilidade a algo artístico. Como não é adepta de musculação tradicional, começou a praticar o tecido como uma atividade prazerosa nas horas vagas.

“Pratico como um hobby e como uma maneira de me manter em forma. Não sou muito adepta à musculação tradicional e nem a esportes de equipe. Então é uma maneira de manter o corpo em movimento, fazendo o que realmente gosto, principalmente por mudar completamente da rotina e conseguir ser um momento de tranquilidade na rotina. Alterno entre 1 e 2 vezes na semana”, conta.

Beatriz não tem vontade de trabalhar com artes circenses, mas afirma que se vê praticando tecido como atividade de por muito mais tempo. Afinal de contas, segundo a adepta, os benefícios seriam visíveis na saúde: a prática mantém o corpo ativo e ainda possibilita o encontro com pessoas que se interessam pela prática, além de “colocar as ideias no lugar” e, por último, proporcionar o autodesafio em alguns quesitos, como superar o medo de altura.

Beatriz Oliveira Mannarelli no tecido acrobático. (Fotos: Arquivo pessoal)

Desafio para medos e limites do corpo

Sentir medo de algumas situações é completamente normal, mas enfrentá-los também pode ser necessário. Dessa forma, Lais Dantas Amaral, 28 anos, vê na prática da lira uma forma de superar seus próprios medos, além de testar os limites de seu corpo, em posições que não costumam ser usuais.

“A lira circense desafia nossos medos e brinca muito com a nossa criança interior. Ficar de cabeça para baixo, se jogar, se pendurar, testar nosso corpo em posições nada usuais. É toda uma . A lira fortalece o corpo, trabalha o equilíbrio, alongamento e muita consciência corporal”, explica.

Como gosta de movimentar o corpo e tem grande apreço pela arte, Lala decidiu fazer aulas de lira em 2020. Desde então, pratica entre idas e vindas. No momento, está um pouco afastada das atividades, mas não descarta a possibilidade até mesmo de trabalhar no circo futuramente. “Hoje não é uma realidade, mas quem sabe um dia”, diz.

Lais Dantas Amaral na lira. (Fotos: Arquivo Pessoal)

Tempo de qualidade em família

Ana Carolina Bernades de Sá, 45 anos, estava cansada de praticar musculação e estava em busca de uma atividade física diferente. Além disso, queria uma prática que desafiasse o seu medo de altura. Há nove meses atua com o tecido acrobático junto a filha.

“É o meu esporte da vida. Faço em parceria com a minha filha adolescente duas vezes por semana e temos o tecido em casa, em um lugar apropriado. Praticamos mais uma vez na semana como uma brincadeira, uma maneira de ficar juntas, de fazer alguma coisa em conjunto”, conta.

Após meses praticando os exercícios, Carolina ressalta que ganhou bastante condicionamento físico, principalmente força nos braços. Outro ponto que notou uma evolução foi a consciência corporal, que praticamente não tinha.

“Eu já tenho 45 anos, então já não sou mais tão flexível. Mas tenho ganhado mobilidade com a prática” Tenho ganhado flexibilidade”, revela.

Mas, apesar de trabalhar os músculos, os movimentos no tecido exigem leveza, diferente da musculação. Além disso, requer concentração, que acaba sendo algo positivo na visão da farmacêutica, ao contribuir para “esquecer os problemas da vida”, finaliza.

Ana Carolina Bernardes de Sá praticando tecido acrobático. (Fotos: Arquivo Pessoal)

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