Biólogo conservacionista que atua na luta pela preservação das onças-pintadas no Pantanal diz que a espécie não pode ser demonizada pelo ataque a humano, registrado nesta segunda-feira (21) em Mato Grosso do Sul. Para o profissional, o caso do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, morto por um exemplar da espécie em um pesqueiro particular às margens do Rio Aquidauana, foi um fato isolado que pode ter ocorrido por uma série de agravantes.
Diretor da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa afirma que a onça-pintada não é por natureza um animal perigoso para o ser humano e não pode ser vista como vilã pela sociedade. “É um felino reservado que evita o contato com as pessoas e não representa ameaça direta quando não há uma provocação ou interferência humana. Casos de ataques não provocados por ações humanas são extremamente raros”, argumenta.
O biólogo salienta que, antes de qualquer conclusão, é preciso aguardar a investigação da polícia. Além disso, Figueirôa ressalta que as onças-pintadas são importantes para centenas de famílias no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
“Não são apenas um símbolo da biodiversidade brasileira, mas também uma fonte vital de renda famílias que vivem do turismo de observação da fauna. Esse tipo de atividade fomenta a conservação da espécie e do seu habitat, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região”, destaca.
Sobre o ataque apurado pelas autoridades, o diretor da SOS Pantanal diz que está acompanhando as investigações de perto e se coloca à disposição, junto com um grupo enorme de profissionais envolvidos com ecologia e conservação de onças.
“Mais uma vez, meus sentimentos para a família dessa pessoa, mas eu reforço que as onças não são vilãs. Esse caso que aconteceu não é motivo para demonizarem as onças nem pra você desistir de visitar alguns lugares selvagens como o pantanal”, finaliza.
PMA investiga ataque de onça a humano no Pantanal
Após receber a denúncia, a Polícia Militar Ambiental deslocou um helicóptero até a área para tentar localizar o corpo e confirmar o ataque. O difícil acesso à região atrasou os trabalhos, mas, um dia após o desaparecimento de Jorge, o corpo foi localizado na manhã desta terça (22) pelo cunhado da vítima.
No pesqueiro particular onde Jorge trabalhava como caseiro, o sentimento é de luto. Até o momento, o proprietário do local ainda não se manifestou a respeito.
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