‘Modinha dos bairros’, salgado a R$ 1 chega ao centro de Campo Grande e alegra trabalhadores

MidiaMAIS foi conhecer alguns empreendedores e entender por que escolheram local de aluguel mais caro e se a intenção é “ganhar na quantidade”

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(Helder Carvalho/Jornal Midiamax)

O que antes era uma “modinha” só dos bairros e fazia muitos trabalhadores saírem com uma sacolinha, dispersou para mais endereços e é possível ver placas de salgados a R$ 1, também na região central de Campo Grande. O MidiaMAIS foi conhecer alguns empreendedores do ramo e entender por que escolheram um local com aluguel mais caro e se a intenção é “ganhar na quantidade”.

No entanto, após pouca conversa, entendemos que a lógica é bem diferente. A intenção é tanto ter volume nas lojas e mais vendas quanto oferecer um produto bom – só que em menor peso – e lucrar nos “agregados”, como as bebidas, os doces, a água de coco, entre outros alimentos.

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Padeiro desde os 19 anos, Manoel Adriano Felizardo, de 44 anos, diz ser o pioneiro com os salgados a R$ 1, no cruzamento das ruas 13 de Maio e Maracaju. “Tenho 25 anos nesta profissão. Só que, no meio disso tudo, eu gerenciei um supermercado e fiz cursos em São Paulo e no Rio de Janeiro, tudo no ramo da alimentação. E lá eu aprendi que, quanto mais vender no volume, mais clientes vão entrar na sua loja. E nisso você também vende um café, um refrigerante, um chiclete e por aí vai”, explicou.

Segundo Felizardo, como é conhecido, quando atuava no supermercado, a intenção foi oferecer, uma vez na semana, o salgado a R$ 1. Diante ao sucesso, decidiu empreender e montou uma padaria na Avenida Guaicurus, mantendo o “segredinho do sucesso”.

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“Você me pergunta: Dá pra ganhar no salgado de R$ 1? E eu te digo que sim. Se você faz um salgado de 120 gramas e vende a R$ 3, você também pode fazer um de 50 gramas e vender a R$ 1. Ou seja, os benefícios serão os mesmos. E assim oferecemos uma variedade de 15 salgados. E aí eu fui fazendo planos. Deixei a padaria da Guaicurus com nosso filho, de 25 anos, e abri aqui e abri outra unidade para minha esposa”, argumentou o empresário.

Conforme Manoel, os trabalhadores que passam pelo Centro são “a principal clientela”. “Ele vem aqui, come três salgados, toma um café e paga R$ 5, então, é quem eu mais quero atingir, os trabalhadores que ganham um salário mínimo. E nisso, de manter o preço congelado, a gente faz uns malabarismos também: compra trigo, carne em grande quantidade, principalmente, porque a produção é grande. E ainda temos fornecedores e parceiros, para atender a todos os públicos, então, a gente não faz milagre, faz o que dá certo”, comentou.

Para dar conta, o empreendedor diz que levanta às 4h30 diariamente. “É puxado, mas, bem satisfatório. O meu sonho agora é abrir mais unidades, sempre mantendo este preço de R$ 1, na 14 de Julho, no coração de Campo Grande”. O empreendedor Ricardo Gosta Gomes, de 59 anos, é outro que empreendeu no Centro e vende esfirras, tanto de carne quanto de frango, ao preço de R$ 1.

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“Nós fabricamos e ganhamos na quantidade. E, realmente, aqui o aluguel é mais caro, a gente tem mais despesas e ainda enfrentamos toda essa ‘queda’ do Centro, digamos assim. Tem muitos lugares de portas fechadas aqui. Mas, se antes a gente vendia por encomendas, hoje também temos um ponto físico. Modéstia à parte, nosso produto tem muita qualidade e por isso vende bastante”, comentou.

A microempresária Lidiane Tereza Corrêa Marques, de 42 anos, é mais uma que fica no “corre-corre” atendendo clientes que buscam os salgados a R$ 1, no Centro. “A gente já veio com o sucesso do bairro, só que agora colocamos aqui no sistema self-service. É um chamariz pra gente vender os agregados. Eu tava com medo no início, mas, deu certo e hoje já estamos empregando duas pessoas, fora a parceria que tenho com a minha mãe”, argumentou.

Entre as dez variedades, Lidiane diz que as coxinhas de carne e frango, além da bolinha de queijo e o pastelzinho recheado e de massa caseira, são os favoritos dos clientes. “Todo mundo gosta destes, falam que a massa é boa, o recheio. E futuramente queremos colocar caldo de cana também, vamos adaptando e vendo o que mais gostam”, finalizou.

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