Há algum tempo, as missas na Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, terminavam com um pedido especial: orações pela saúde do papa Francisco. Admirador de todo o trabalho de sua Santidade, o padre Adailton Miorin, de 50 anos, diz que o pontificado dele foi todo voltado aos marginalizados, aos pobres e em acolher aqueles que a sociedade despreza.
Nas missas, desde que soube das condições de saúde do papa, Miorin pedi orações. “Nós rezamos pela saúde dele e eu também motivava o povo a rezar o terço, pedindo a graça da recuperação. Todas as missas eu mencionava e citava a fragilidade física, motivando as orações”, contou ao MidiaMAIS.
Conforme o padre, o contato com o pontífice ocorreu no ano de 2013, na JMJ (Jornada Mundial da Juventude), no Rio de Janeiro. “O papa Francisco foi eleito no conclave após a renúncia do Papa Bento XVI e três, quatro meses depois, ele veio ao Brasil, para participar e encerrar a Jornada. Foi um momento marcante, em que eu tive um encontro com os padres. Todos estavam com o Papa Francisco, que foi muito acolhedor”, argumentou.
Na ocasião, Adailton fala que o papa animou a todos a seguirem com sua missão. “Foi o nosso primeiro contato com o papa e foi muito positivo. A partir dali, teve várias iniciativas e começou a mudar muita coisa da igreja. Acreditava em uma igreja acolhedora, misericordiosa e propagada e pregada por Cristo. Não meramente uma igreja hierárquica, reduzida simplesmente a dogmas, doutrinas, mas, uma igreja próxima do povo, próxima ao povo e, sobretudo, próxima dos pobres. Aí está o nome, referência ao nome que escolheu, Francisco”, explicou.
‘Foi o papa da misericórdia’, avalia padre de Campo Grande
De acordo com o padre, se pudéssemos resumir, em poucas palavras, o pontificado do Francisco, seria chamado de o “Papa da Misericórdia”. “Ele renovou a igreja com sua iniciativa, então, para nós, é uma grande perda a sua morte, rezamos muito na paróquia São Pedro, em todas as missas colocávamos como intenção, por sua recuperação, ao sair do hospital, ao receber alta, nós recebemos com muita alegria a notícia da alta”, relembrou.
No entanto, nesse domingo de Páscoa (20), a aparição pública de sua Santidade assustou. “Ele transitou de papa móvel, na praça São Pedro, e as imagens nos deixaram preocupados, porque ele estava com o rosto totalmente inchado, não conseguia se expressar, não conseguia falar normalmente, falou com muita dificuldade e hoje recebemos a notícia de sua partida”, comentou.
Conforme Adailton, sua morte é a coroação de um pontificado de grande êxito, voltado aos mais pobres, excluídos. “É um pontificado de Deus, como diz São Paulo, em uma de suas cartas. ‘Cumpri minha missão, combati e completei a corrida, guardei a fé e agora me resta a coroa que o justo juiz me preparou’. Francisco, na certa, está recebendo esta coroa, por ser, por ter sido aqui conosco, um grande servo”, finalizou o padre.
Missa em sufrágio pela alma do papa

Nesta segunda-feira (21), às 19h, será celebrada a missa m sufrágio pela alma do papa e o padre Adailton Miorin convoca a população.
A Paróquia São Pedro Apóstolo fica localizada na Avenida Presidente Castelo Branco, número 781, bairro Coronel Antonino.
Papa Francisco morre aos 88 anos
Primeiro Papa latino-americano, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu nesta segunda-feira (21), deixando legado único, após quase 12 anos como líder máximo da Igreja Católica Apostólica Romana.
Papa desde 2013, o pontífice argentino vinha sofrendo com sérios problemas de saúde desde 2023 e teve seu estado agravado em decorrência de uma pneumonia dupla.
O anúncio oficial do falecimento foi feito pelo Camerlengo Farrell, da Casa Santa Marta: “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”.
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