Se até os próprios brasileiros trocam e confundem Mato Grosso do Sul com Mato Grosso, gafe que, inclusive, é cometida rotineiramente por jornais nacionais, os Estados Unidos da América, que tem fama de ser “ruim de geografia”, deu uma “bola dentro” ao expor uma espécie que vive no Pantanal sul-mato-grossense e citar o Estado sem errar o nome.
A informação repercutiu depois que a Caiman Pantanal, reserva natural localizada na área pantaneira de Miranda (MS), a 236 quilômetros da capital Campo Grande, trouxe à tona a menção que o Museu de História Natural de Chicago, nos Estados Unidos, fez à região e a um animal característico do bioma, o cervo-do-pantanal(Blastocerus dichotomus).

Contente com a citação, a Caiman expôs fotos da representação do herbívoro no museu americano, bem como os dados disponibilizados pela instituição para falar do cervídeo e da localidade onde ele vive.
“Os cervos-do-pantanal reúnem-se nesta parte do Pantanal. Quando você vir o cervo, procure também pássaros chamados tiranos do gado. Eles comem insetos que grandes mamíferos arrancam do chão”, complementa o cartaz de informação sobre esses animais no Museu de História Natural de Chicago.

Mato Grosso DO SUL: Museu dos EUA não cometeu gafe que brasileiros cometem
Além disso, a instituição exibe um mapa das três Américas e um letreiro escrito “Pousada Caiman Reserve. Mato Grosso do Sul, Brazil”, sem errar o nome do Estado.
“Superaram alguns jornais brasileiros, que erram isso sempre”, “Era fácil confundir MS com MT pelo Pantanal, mas eles não fizeram”, “É um museu de renome, não é qualquer museu, lógico que não iam errar. Como o povo daqui é emocionado”, foram algumas reações em publicações nas redes sociais.
Para a estância mencionada, o destaque é um reconhecimento a nível internacional pelo trabalho na conservação da natureza.
“Não é exagero dizer que a beleza da fauna pantaneira é digna de museu e essa foto é prova disso. O registro foi feito no Museu de História Natural de Chicago, que tem esta área citando a Caiman como lar dos cervos do Pantanal. A magia do Pantanal atravessando fronteiras é incrível”, celebra o local.

Cervos-do-pantanal
O cervo-do-Pantanal é o maior cervídeo da América do Sul, com quase 200 cm de comprimento e até 2,1 metros de altura, incluindo os chifres, que medem de 40 a 45 cm. Os machos são maiores que as fêmeas, chegando a pesar 130 kg, além de possuírem chifres e o pescoço mais musculoso.
Esses cervídeos apresentam uma pelagem alaranjada, com ventre esbranquiçado e membros e cauda mais escuros. Diferente de outros cervídeos sul-americanos, os filhotes do cervo-do-Pantanal não nascem com pintas. As galhadas geralmente têm cinco pontas de cada lado, mas podem chegar a 20 ramificações em indivíduos de mais idade.
Além disso, eles alimentam-se, principalmente, de gramíneas e plantas aquáticas e semiaquáticas.

Ameaçada de extinção, mas em MS não
A espécie é considerada vulnerável na escala de extinção tanto pela lista nacional do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) quanto pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
Entretanto, apesar da situação extrema no sul do Brasil, onde está quase extinto, o cervo-do-Pantanal tem um panorama melhor em Mato Grosso do Sul. Conforme o Instituto Onçafari, a densidade populacional do cervo-do-Pantanal é mais abundante no bioma pantaneiro (em MS e MT) e na Ilha do Bananal, em Tocantins.
Originalmente, a espécie ocorria desde o sul do rio Amazonas até o norte da Argentina, habitando grandes áreas no Brasil central, no Peru, na Bolívia e no Paraguai, porém suas populações foram drasticamente reduzidas pela caça abundante no final do século 20.
Museu de História Natural de Chicago
O Museu Field de História Natural (Field Museum of Natural History, em inglês), que deu destaque ao cervídeo, é um museu de história natural localizado na cidade de Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos, às margens do Lago Michigan. O espaço é considerado um dos maiores museus do mundo, pois abriga mais de 20 milhões de espécies em sua coleção.

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