Vinícola abandona ‘espanta aves’ e usa somente telas de proteção para proteger parreiras em MS

Local teria deixado de usar método e está apenas com telas de proteção nas parreiras, o que é ecologicamente correto

Graziela Rezende – 11/06/2024 – 11:53

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A vinícola localizada em Aquidauana – portal de entrada para o pantanal sul-mato-grossense – deixou de usar os métodos “espanta aves” e está apenas com telas de proteção nas parreiras, o que é ecologicamente correto. A medida foi acordada com a PMA (Polícia Militar Ambiental).

Conforme o tenente Ataíde Pereira, comandante do 2º pelotão da Corporação, os fogos foram utilizados no início e, em função das reclamações, o empreendimento passou a utilizar um “espanta aves” automático, que seria um canhão de ar. No entanto, deixou de utilizar no último dia 7 de junho, sendo que a próxima safra terá apenas as telas de proteção.

“Foi uma situação em que houve reclamação, muito clamor e a gente sugeriu para a empresa que tentasse evitar, ao máximo, qualquer dano à fauna local. De pronto, eles já falaram que iam parar com tudo e, de certa forma, as aves realmente consumiram muito a produção de uva, então, devem ter percebido que a colheita ia ser mínima e abandonaram, deixaram de utilizar os fogos de artifício bem no começo e o canhão de ar, logo na sequência, o qual pretendiam usar por mais alguns dias”, falou o tenente.

Ainda de acordo com o tenente, os responsáveis pela empresa logo se prontificaram e ainda foi sugerida uma consulta ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), com relação ao emprego de fogos e de canhão de ar, já que é o órgão responsável. “Sempre explico que a PMA só faz a fiscalização com relação às normas que estão em vigor”, finalizou.

Denúncia de observadores de aves

A denúncia passou a ser dissemina na última quarta-feira (5), quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Na ocasião, disseram que a vinícola estaria usando fogos de artifício para enxotar espécies e assim protegerem as uvas e proporcionarem uma “imersão” aos clientes.

Segundo os denunciantes, o local foi idealizado para ser aliado na conservação e também faz divulgações do tipo nas redes sociais. No entanto, na prática, estaria causando transtorno a espécies locais do distrito de Camisão, em Aquidauana.

Ao Jornal Midiamax o proprietário do vinícola, Gilmar França, disse que já usa a tela de proteção para prevenir ataques de pássaros e deixa, propositalmente, uma área aberta para que os animais sejam direcionados até ali e se alimentam das uvas.

Além disso, ressaltou que usa um equipamento sonoro, o sonolizador, o qual possivelmente foi confundido ou então alega que alguém, de má-fé, falou sobre ele de forma errônea, dizendo serem fogos de artifício.

“Este equipamento sonoro é homologado por órgãos ambientais e a comunidade europeia situada. Inclusive, nosso estabelecimento fica em frente ao posto de policiamento ambiental e testamos na frente deles, para verificar se tinha algum problema e foi apontado que não dano a nenhum tipo de animal e pessoas. Realmente, produz um som, mas, é bem tranquilo e não espanta arara e nem prejudica o meio-ambiente”, argumentou na ocasião França.

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