Roda de conversa e lançamento de livros colocam Bonito no ‘berço’ da literatura

Feira Literária na cidade chega a 8ª edição na cidade turística

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Roda de conversas são destaques na feira (Samuel Rocha, Setesc)

Nas árvores em que “frutificam” livros, nas rodas de conversa cujo diálogo transcende a poesia, a 8ª edição da Flib (Feira Literária de Bonito) continua o marco de apresentar o poder da literatura. Na quinta-feira (4), escritores apresentaram o lançamento de livros, com destaque para obras regionais.

No Lounge da Praça da Liberdade, no Centro da cidade, Marlene Mourão, André Ramalho e Rossini Benício contaram sobre seus trabalhos. Rossini lançou recentemente seu livro “Pequeno Ensaio sobre a Tessitura de um Poema”. “São poesias metalinguísticas, explorando a metalinguagem e o trabalho com a palavra. Para mim, é muito importante. Bonito fomenta isso; a Flib é inovadora e revolucionária porque apresenta aos jovens autores de grande importância no cenário brasileiro. É comovente participar porque acreditamos nisso”.

Jander Gomes refletiu no Café com Letras sobre seu último livro: “Uma Colcha de Retalhos, Ela Disse”, que narra a história de Tomaz, ao presenciar a morte do pai junto com a mãe em frente à sua casa. “É a busca pela própria identidade, cultura e realidade. Trazer isso para a Flib, que é uma abertura para novos leitores e novos públicos, é uma conquista e uma honra”, afirmou Gomes.

Já o jornalista Bosco Martins lançou seu livro “Diálogos do Ócio” e proporcionou uma tarde de autógrafos. “A primeira vez que nos encontramos, nos apaixonamos, ele com aquele sorriso maravilhoso que acalentava a todos. Criamos uma amizade muito grande; eu ia praticamente toda semana na casa dele. É muito bacana lançar aqui na Flib, eu sou um dos primeiros incentivadores do evento”.

Livros “frutificam” em árvore (Samuel Rocha, Setesc)

Poesia liga regiões

Douglas Diegues ministrou a palestra “Poesia e Literatura nas Fronteiras Desconhecidas do Brasil com o Paraguai”. Segundo o poeta, a poesia da fronteira se divide em três momentos: “O primeiro poema que surge em Mato Grosso do Sul há mais de cinco mil anos é a imagem da pele do jaguar, da onça. O segundo momento são as antigas inscrições rupestres na região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. E o terceiro momento é a criação verbal dos índios guaranis, grandes artistas verbais. Foi uma alegria impagável ministrar esta palestra na Flib”.

Mais tarde, foi realizada a roda de conversa “Literatura – Travessias e Fronteiras: Hélio Serejo e Aglay Trindade”, com Lora Bertolucci e Melly Sena. A gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da FCMS, Melly Sena, falou sobre a escritora Aglay Trindade. “A Aglay Trindade é uma escritora de Aquidauana, com uma única obra publicada, ‘Morro Azul: Histórias Pantaneiras’. Trazer sua obra à discussão é trazer a questão identitária e o viés da nossa formação histórica, do sul de Mato Grosso, que nos define. É importante prestar esta homenagem aos nossos autores”.

Flib encerra com música

Lora Bertolucci, professora do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) na área de Letras, com mestrado e doutorado na obra de Hélio Serejo, também comentou sobre o escritor. “Hélio Serejo representa a literatura sul-mato-grossense pelo viés da fronteira geográfica e histórica, que se dá no povoamento de Mato Grosso do Sul. Ele traz para sua literatura o aspecto linguístico, os hábitos, costumes e trocas, fazendo da fronteira a reintegração ou constituição de um novo Estado de ser, que passa a ser o sul-mato-grossense”.

Com o apoio do Governo de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), o evento acontece até este sábado (6), com oficinas, brincadeiras lúdicas, roda de conversa, cinema, prosa, histórias e música. Clique aqui e confira.

*Com informações do Governo do Estado.

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