Se tem uma coisa que irrita qualquer pessoa, em qualquer função, é refazer todo trabalho e esforço empenhado em alguma atividade. E, enquanto muitos de nós estamos descansando, a turma que varre as ruas de Campo Grande está no meio do expediente, com intervalo às 22h e o encerramento, que deveria ser por volta das meia-noite, se estende por uma a uma hora e meia, principalmente por conta da população que espalha o lixo e joga objetos na rua, seja a pé ou de dentro do carro.
No Dia do Gari, comemorado todo dia 16 de maio no Brasil, buscamos homenagear os profissionais responsáveis em manter as ruas, praças – e em outras localidades praias – limpas de todo lixo gerado naturalmente ou pela ação do ser humano. Assim, o Jornal Midiamax acompanhou alguns trabalhadores por um período, na noite dessa quarta-feira (15), ouvindo suas histórias e reclamações do dia a dia.
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Ao todo, conforme a Solurb – concessionária responsável pela gestão da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos da capital sul-mato-grossense, existem 164 varredores ativos.
“Estou aqui diariamente e sempre me pergunto o que seria de Campo Grande sem a limpeza urbana, então, querendo ou não, este serviço é muito importante. No período da pandemia tivemos uma experiência. E, no dia do gari, seria ótimo as pessoas se conscientizarem. Todo mundo sabe quão necessário é este trabalho, principalmente porque, mesmo tendo uma lixeira por perto, o ser humano prefere descartar perto dele, muitas vezes no chão”, disse o encarregado da varrição, Marcelo Cândido.
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Ainda de acordo com Marcelo, a turma é distribuída em pontos específicos da cidade. Eu cuido de 26 pessoas, já estou na empresa há 11 anos. “Cuidei da capina no início e depois surgiu uma oportunidade, então, sou sub encarregado operacional. Eu distribuo a turma na região central e aí dão início a jornada de trabalho. Assim, às 22h, temos o intervalo na praça e o pessoal faz o seu horário de janta. Aí nós temos água e o que eles precisam”, comentou.
Nesta semana, o encarregado falou de triste situações ocorridas. “Tem muita gente que passa e nos agradece pelo serviço, só que ainda tem muito campo-grandense que ainda não respeita. Se todos respeitassem seria ótimo, a cidade ficaria mais limpa. Vou falar um fato recente que ocorreu na Avenida Mato Grosso. Passou um pessoal em uma caminhonete e jogou latas de cerveja no trabalhar, gritando e dando risada, falaram: aqui gari! E fora isso estamos passando por um sério problema, dos andarilhos que rasgam e espalham o lixo, então, a gente tem que fazer o retrabalho”, lamentou.
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Conforme Cândido, sempre ao final do expediente, ele pega a caminhonete e verifica a limpeza feita no percurso. “Respeito e educação ambiental é o mínimo, mas, está bem complicado. O pessoal que está nas ruas estão rasgando, esparramando tudo e aí precisamos voltar e fazer novamente. Eu geralmente pego um dos varredores e o trabalho é feito novamente. A vinda dos usuários de drogas e moradores de rua complicou bastante pra gente, realmente”, disse.
Dia do Gari
O termo “gari” surgiu em homenagem ao francês Pedro Aleixo Gary, que ficou conhecido por ser o fundador da primeira empresa de coleta de lixo nas ruas do Rio de Janeiro, em 1976.
Veja depoimento dos varredores: