Uma ou duas taças, a temperatura do corpo fica mais quente e, em alguns casos, deixa até o rosto avermelhado. Ou seja, na prática, o vinho tinto seria o menos apropriado para as altas temperaturas de Mato Grosso do Sul, mas, não adianta, é o eleito: de cada dez adquiridos, em média oito são do “vermelhinho”.

Quem fala sobre a estatística é o sommelier do Grupo Pereira, Charles Carvalho, presente na Feira de Vinhos do Comper Itanhangá, que ocorre até este sábado (27), no estacionamento externo térreo. “Sou responsável por todas as adegas do grupo e, para este evento, temos produtos vindos de 14 países, com vinhos de mais de 10 nacionalidades”, explicou ao MidiaMAIS.

Assim, conforme Charles, são vinhos do “velho e novo mundo”. “São vinhos de países emergentes e que iniciaram a produção de vinho no mundo e depois tivemos as migrações para outras terras, o novo mundo, como, por exemplo, o Brasil e a Argentina. Além disso, temos vinhos de diferentes estilos, como os brancos, espumantes, rosés e muito vinho tinto”, argumentou.

MS tem maior consumo de vinho tinto

Sommelier Charles Carvalho (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

Ao longo de 24 anos de experiência como sommelier, Charles diz que o Estado tem uma particularidade. “O sul-mato-grossense, apesar de conviver com muito calor, com a temperatura mais alto na maioria do ano, consome mais o vinho tinto e acredito que o acha mais refrescante. Eu, particularmente, acredito que seja algo cultural, de gostar mais do vermelhinho e é também o que mais agrada o meu paladar”, opinou.

Em outros estados, o “vermelhinho” também agrada, assim como o vinho branco, o rosé, o espumante e o champagne. “É algo bem variado em outros estados. No inverno, o consumo de vinho tinto aumenta porque agrada e refresca o corpo, sem falar nos benefícios a saúde, por ter flavonoides, por exemplo. Só que aqui em Mato Grosso do Sul é o caminho inverso, o pessoal toma vinho tinto no calor mesmo”, comentou.

Vinho harmonizado com jámon espanhol a pratos de chef

Na Feira de Vinhos, no entanto, não é só o produto que está sendo degustado e sim toda uma “harmonização”. “Esta é a terceira vez que fazemos este evento e estamos pensando nos detalhes. Trouxemos agora o jamón [presunto] espanhol, presunto de parma italiano, além de outros frios e mais 15 espaços para degustação de vinhos de diferentes países”, argumentou.

Para quem gosta de massas, o chef Edu Rejala estava preparando pratos exclusivos e mostrando todo o dote culinário, além de hambúrgueres servidos em outro estande. “A programação extensa é realmente para mostrar nossa adega, o que temos de melhor aqui em Mato Grosso do Sul. Aqui já existe a cultura do vinho, também por conta da proximidade com o Paraguai, então, aprendemos a consumir o vinho aqui e, com o passar do tempo, a gente busca ser referência em nossas adegas”, ressaltou Charles.

Sobre os preços, o sommelier ressalta que vão de R$ 19,90 até vinhos na casa de “dois dígitos”. “Nesse ambiente a gente reúne profissionais de diferentes vinícolas, tanto brasileiras como do exterior e a intenção é realmente popularizar o acesso ao vinho, mostrar que temos de diferentes preços e produtos de 10, 15, 24 anos. O mundo do vinho é realmente complexo”, avalia.

Por fim, Charles fala em quebrar o “mundo místico do vinho”. “É uma bebida simples e agrada todos os paladares. Nós temos um trabalho de importação muito grande e, com isso, queremos simplificar não só a maneira de beber o vinho, como também oferecer algo que caia no bolso dos nossos queridos clientes”, finalizou.

Gabriela Borsari ao lado da mãe apreciando vinhos (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

A jornalista e influenciadora, que criou o pioneiro Apetite de Luxo, há 11 anos, em Campo Grande, foi ao local apreciar novos sabores de vinhos, juntamente com a mãe.

“Aqui é uma experiência, uma degustação completa, com vários rótulos, marcas e produtos para acompanhar os vinhos, como o jamón, que é premiado, além das massas e o burguer. Acho que mostra que o vinho é um produto para degustar sozinho, assistindo a uma série, lendo um livro, mas, também confraternizando com os amigos, como está ocorrendo aqui”, disse Gabi, como é conhecida.

‘Vinho é uma bebida democrática’, diz apreciadora

Para o evento, Gabriela levou a mãe, que também consome vinho e o considera uma “bebida democrática”. “É tanto para o jovem quanto o mais velho e serve, na minha opinião, em todas as ocasiões”, opinou Soraia Borsari.

Publicitária e amiga brindando com vinhos (Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

A publicitária e atriz, Giovanna Zottino, também esteve na Feira de Vinhos. “É legal que aqui tem enólogos, quem só toma um vinho, então, tem essa mistura toda, então, considero uma experiência incrível em Campo Grande, algo realmente revolucionário”, disse.

Assim, a atriz disse que provou vinhos da França, Portugal e Chile. “É como ir conhecendo outras culturas através de uma bebida, é maravilhoso. E também tem várias acompanhamentos, massas, petiscos, eu gostei muito”, finalizou.