Naquele tal de “a menina da empada chegou” ou “a menina da empada tá vindo” que Thais Ferreira Barbosa, de 29 anos, decidiu manter o nome ao abrir o próprio negócio. Cheia de simbolismos, também escolheu o rosa, deixando o sabor da infância tomar conta da decoração e se instalou em meio às seriguelas, no mesmo bairro onde a família mora e na mesma praça que o avô plantou seriguelas e ali vendia alimentos.
Desta forma, quando o avô parou de trabalhar no “ponto”, a avó da Thais disse a ela que poderia assumir, vendendo as empadas que aprendeu sozinha a fazer. Na época, atuando como manicure, viveu um dilema entre deixar a profissão e fazer o que tanto amava, porém, a possibilidade de ficar mais perto dos filhos a fez escolher pelo empreendedorismo.
Há dois meses, nasceu então o negócio da “menina da empada, na praça localizada no cruzamento da Avenida dos Cafezais com a Rua Araraquara, no Jardim Campo Nobre. “Meu avô ficou aqui por nove anos, em uma banquinha que vendia de tudo. Depois, minha avó disse que eu venderia muito bem as empadas e decidi empreender. Sempre gostei, insisti em várias receitas até aprender a fazer uma do jeito que eu gosto. E também porque tive alguns problemas na gravidez, precisei parar um tempo e fui fazer as empadas, saiu essa que todo mundo elogia”, contou Thais.
Antes, desde o ano de 2019, Thais conciliava as unhas e levava as empadas nos salões de beleza. “Sempre foi assim, mas, no início do ano, participei de um evento de empreendedoras e decidi ter este local fixo também, então, comprei a barraca e fui deixando tudo rosa, incluindo as mesas, cadeiras e até as seriguelas do meu avô. Queria algo que chamasse a atenção e é engraçado porque tem gente que pensa que é doce, associam o rosa ao doce”, comentou a empreendedora.
Segundo Thais, a cor relembra a infância. “É sobre algo que eu queria muito quando eu era criança. Sonhava em ter tudo rosinha e não tive. Estou tendo agora no meu negócio e a aceitação do produto está sendo maravilhosa. Eu comecei trabalhando com vários sabores, mas, daí selecionei as que mais saíam e optei em ficar só com elas. Tem as empadas de frango, carne seca, calabresa, todas com requeijão, e as doces, que são de nutella e doce de leite”, explicou.
Durante a rotina, Thais diz que conta com o apoio do marido. “Ele chega cedo aqui comigo, me ajuda a montar e segue para o trabalho dele. Nossos filhos vão para escola, eu só fico aqui com o menorzinho. Aqui não tenho horário fixo, trabalho conforme for vendendo tudo, depende da demanda. E eu também anuncio bastante, tem clientela que pede entrega e depois saio entregando aqui na região. Eu coloquei um preço popular, calculado, de R$ 2,50, isso ajuda muito também”, finalizou.
Provando pela primeira vez as empadas, a vendedora autônoma, Lilian Ifran Correa, de 35 anos, argumentou que o “rosa chamou a atenção” quando estava indo até a lotérica.
“Eu vi e decidi parar, vir conhecer. Provei a empada, é molhadinha, muito boa mesmo. Valeu demais a pena parar para ver e sem falar que o preço é ótimo”, opinou.
