O caminhar pela Feira Central de Campo Grande, há 10 anos, poderia ser só mais um momento de distração na vida do Tenente-Coronel Pablo Diego Barros de Jesus, de 39 anos. Só que é ali que ele avistou um carrinho de bombeiros, de brinquedo, decidindo comprar e iniciando – mesmo sem perceber naquele momento – o que define como a maior coleção de itens da corporação, em Mato Grosso do Sul. Entre os objetos, relíquias como capacetes de mais de meio século e miniaturas de veículos com a escada Magirus chamam muito a atenção.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“Realmente é uma sala que não tem em nenhum lugar, é uma sala especial. Eu conheço alguns bombeiros que tem uma coleção particular, mas, não é igual e nem com esta quantidade. E foi algo despretensioso, comecei comprando o primeiro e depois outros carrinhos, de forma modesta. Só que aí tive a ideia de fazer a coleção e aí tudo foi aumentando”, afirmou ao MidiaMAIS o Tenente-Coronel.

De acordo com Pablo, todos os itens são brasileiros, embora alguns carros representem viaturas dos bombeiros dos Estados Unidos e da Europa.

“Alguns são mais baratos, outros mais caros, sempre estou garimpando em lojas de brinquedos, feiras e também pelos quartéis onde visito, já que tenho capacetes que mando restaurar. São capacetes antigos, que já foram usados em serviço operacional, então, até por isso, estão com marcas de uso por serem de muitas décadas atrás, mas, faço questão de manter a originalidade”, disse.

Capacetes mostram evolução tecnológica da corporação

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Assim, ainda conforme o coronel, é possível ver até a evolução tecnológica dos objetos usados pela corporação.

“O que temos hoje, no caso de capacetes, não é nenhum destes expostos aqui. Temos, atualmente, viseira, protetor de face, balaclava e reforço com espuma para não machucar a cabeça, protegendo o olho, o rosto e o pescoço. Antes, por exemplo, não existia esta preocupação, só era algo que só protegia a cabeça. São capacetes obsoletos que não são mais usados no serviço operacional”, argumentou.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Nas estantes, também é possível ver grande diversidade de extintores, motosserras, cones e ferramentas usadas por bombeiros. “Tem ainda os hidrantes, que usamos para o reabastecimento das viaturas, cilindros de mergulho e outros objetos que encontrei em outros estados”, comentou.

Coleção de bombeiro inclui cerca de 300 objetos

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Morando em Corumbá desde julho de 2023, onde atua como comandante do 3° Grupamento de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, o Tenente-Coronel montou a sala com armário planejado e colocou cerca de 300 objetos.

“A coleção antes ficava na minha casa, no município de Nova Andradina [a 298 quilômetros de Campo Grande]. Não tinha espaço no quartel lá e aí ficava em casa mesmo. Lá, inclusive, eu tinha os helicópteros pendurados. Aqui em Corumbá é uma sala maior e aí ficou com tamanho adequado para colocar a minha coleção. Estou há 19 anos na corporação e jamais imaginava ter uma coleção assim, mas, vejo que atrai a curiosidade das pessoas e fico feliz quando alguém visita o quartel e tem interesse em tirar fotos”, finalizou.