Quem está nos bastidores de um hospital sabe que a correria é intensa e os intervalos, geralmente, são momentos da pessoa se alimentar. É justamente o que ocorria com o médico ginecologista e obstetra, Dr. Aldemir Fernandes Filho (CRM 367), que seguia direto para a cozinha, quando atuava na Abramastacio (Associação Beneficente Ruralista de Assistência Médica Hospitalar de Anastácio), interior de Mato Grosso do Sul.

(Giselli Figueiredo/Arquivo Pessoal)

Lá, diante ao calorão, diz que o sol irradiava e “entrava pela janela”. Assim, há uma década, teve a ideia de plantar ipês-brancos, para dar sombra e também embelezar a entrada da unidade hospitalar. Atualmente, mesmo longe do hospital, a florada é admirada por ele, outros funcionários e pacientes.

“O branco tem toda a simbologia para o hospital, é a cor que a gente gosta. Eu trabalhei naquele hospital durante 14 anos, depois tive um período em Porto Murtinho e retornei para Aquidauana este ano. Sempre passo ali e fico admirando. Fui eu mesmo que coloquei a mão na massa e plantei os ipês-brancos ali e também outras plantas”, afirmou o médico ao MidiaMAIS.

(Giselli Figueiredo/Arquivo Pessoal)

Segundo o médico, o calor “castigava” e as plantas amenizaram, não só trazendo sombra como ar fresco.

“A entrada da cozinha fica atrás do muro e era quente demais, principalmente no período da tarde. Plantei então os ipês e umas bananeiras, aí veio a sombra e amenizou o calor. Eu acho lindo, adoro plantas. Vivo plantando na minha casa. Tenho uma fazenda também e lá eu planto bastante. Acho que é o que me traz paz. E os ipês-amarelos e roxos são lindos, mas, eu ainda prefiro o branco”, finalizou.

Mudança no tempo adianta florada de ipês-brancos

Os olhares atentos perceberam que os ipês-brancos já estão floridos em Campo Grande. A cidade é conhecida como a Capital dos ipês, mas registra a florada antecipada por conta das mudanças no clima. A florada era esperada para o fim de setembro e início de outubro.

O biólogo José Milton Longo explica que as flores responde aos estímulos da época. Normalmente, o ipê-branco floresce entre setembro e outubro. Ainda estamos em agosto. Inclusive, também estão florindo árvores de pequeno porte.

Ipês no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande (Roberto Kelsson/Arquivo Pessoal)

“Parece que esse momento agora tem temperaturas de veronico (período de estiagem, acompanhado por calor intenso) e que pode ser muito parecido com o que seria em outubro, com temperaturas mais altas, como está ocorrendo agora. Isso é o sinal para que eles começassem a florescer”.

Contudo, o especialista ainda acredita que uma segunda florada neste ano pode ser possível diante das ondas de calor, assim como já ocorreu com a florada o ipê-amarelo e rosa.

“A gente teve a florada do ipê-rosa duas vezes, que pode acontecer até uma terceira, que está acontecendo sobreposição. Agora, vamos esperar para ver quanto tempo vai durar essa florada do ipê-branco, porque são bem efêmeras mesmo”.

Geralmente, a florada dura de cinco a sete dias, entretanto, tende a cair mais flores com ventos fortes ou chuva, pois o processo reprodutivo é menor. “Acho que se continuar dessa forma, com entrada de frente fria, entrada de onda de calor, vai ter mais uma florada dele lá para outubro. Vamos ver o que a mãe natureza vai dizer”.

No ano passado, a florada evidente era do ipê-amarelo, que formada um verdadeiro tapete colorido nos pontos da cidade. O ipê-amarelo floresce geralmente entre em agosto e setembro.

Anta em seu passeio de início de noite (Ana Laura Menegat, Midiamax).