Vou te contar algo que talvez não saiba: Campo Grande não nasceu em 26 de agosto de 1899. Apesar do decreto, que o coloca como “dia oficial”, nada tem a ver com a data em que houve a emancipação política, 27 anos depois da chegada do pioneiro José Antônio Pereira e mais um pequeno grupo de pessoas. Assim, o que está eternizado no brasão do município é o dia 21 de junho de 1872.

Esta é apenas a curiosidade inicial do livro Campo Grande 150 anos de história, de Sérgio Cruz. Ou seja, na verdade, a capital sul-mato-grossense já completou 152 anos agora em 2024. “O 21 de junho está para Campo Grande o que o 22 de abril está para o Brasil. Relevante do ponto de vista histórico, mesmo não tendo a primazia do feriado, dado ao 26 de agosto”, diz o trecho da introdução.

Neste acervo, que contém citações de outros livros, jornais e documentos, envolvendo também a obra de J. Barbosa Rodrigues, Paulo Coelho Machado, Maria da Gloria Sá Rosa, Hildebrando Campestrini, Ângelo Arruda, Cleonice Gardin, José Octávio Guizzo, Celso Higa, Lígya de Oliveira Lima, Ulisses Serra, Nelly Martins, Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro e, claro, o próprio Sergio Cruz.

Volta no tempo…

20 de junho de 1867. Taunay e comitiva chegam a Campo Grande. Tendo deixado o porto Canuto, no rio Aquidauana, no último dia 17, de volta da retirada da Laguna, Taunay chega ao lugar já conhecido como
Campo Grande, cujas coordenadas são as mesmas de onde hoje está localizada a vasta planície que
começa em lugar que seria habitado a partir de 1872 e, em 1977, se transformaria na capital do
Mato Grosso do Sul.

A descrição do cronista da guerra do Paraguai, começa no sítio de um dos únicos moradores de todas as redondezas, o mineiro Motta, nas imediações de Terenos:

“Tomando uma trilha à esquerda, dirigimo-nos à palhoça do Motta, situada a légua e quarto do nosso ponto de partida. O caminho é nesta parte péssimo; profundos atoleiros dificultam muito o trânsito, aumentando-se cada vez mais os embaraços da passagem pela frequência de carros e tropas que demandavam as forças. Acha-se o rancho do Motta situado numa planície acidentada…”

Ali, passado um tempo, seguiram viagem e chegaram “no Campo Grande”. Mas, antes de sua partida, Taunay descreve Motta em diversas linhas, principalmente por ter sido muito bem recebido por ele.

Mineiro Motta em MS: velho, mas forte e musculoso

Velho, mas forte e musculoso, com olhinhos muito vivos, abrigados por enormes e hirsutas sobrancelhas, vivia sozinho com um meninote branco de ar aparvalhado pelo excesso de trabalho e existência solitária, acolhido por misericórdia, naturalmente um pobre coitado fugido aos maus tratos de alguma tropa de carreiros ou tocadores de boiada.

O diálogo então encerra e o próximo capítulo diz respeito a chegada de José Antônio Pereira a Campo Grande….ficou com gostinho de quero mais? Acompanhe então a programação do Jornal Midiamax, que soltará matériais especiais, aos domingos, mostrando curiosidades sobre o livro e a nossa “Capital Morena”.

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