Apaixonado por carros antigos, Fernando Eli de Jesus Moraes Nogueira Ruchet, de 42 anos, se mostrou arrepiado ao ver um El Camino original nos Estados Unidos, em uma de suas primeiras postagens no Instagram. A partir dali, o engenheiro civil, que antes morava em Campo Grande, passou a compartilhar suas aventuras e desventuras na América, até o momento em que decidiu fazer o caminho contrário.

Assim, na companhia de uma gatinha e no comando de uma Ranger 93, está retornando ao Brasil em uma rota de pouco mais de 6 mil km. A viagem teve início no dia 12 de maio de 2024, quando o engenheiro encerrou a revisão na Gamora, apelido que deu a sua caminhonete, e partiu da Florida.

“Eu estava trabalhando em mais uma temporada, nos Estados Unidos. E agora estou retornando, ao lado de uma gatinha linda, que é minha companheira. Sou mais um campo-grandense aventureiro, que busca seus sonhos em qualquer lugar do mundo, onde Deus abençoa, onde Deus permite, eu vou caminhando”, disse ao Jornal Midiamax.

Desde que iniciou a viagem, “Fernandinho do Balão”, como ficou conhecido, disse que conectar pessoas se tornou um propósito. “Foi tudo espontâneo e, desde então, não tem nada ensaiado. A ideia começou de forma maluca na minha cabeça, quando passei a associar isso de forma semelhante ao que fez o ‘padre do balão’ e compartilhar com as pessoas. Agora tem gente de Portugal, México, Colômbia, Bolívia, Estados Unidos e de vários estados brasileiros me acompanhando e eu cruzando a Georgia neste momento”, comentou.

(Fernandinho do Balão/Arquivo Pessoal)

Conforme Fernandinho, ao montar um grupo no WhatsApp com amigos, mostrando diariamente onde está – e até para ter apoio e sentir mais seguro – muitas pessoas de diferentes lugares passaram a se conectar.

“Eu acredito também neste propósito, de conectar pessoas, até quem não estava se dando bem e voltou a conversar. Falo que são histórias legais acontecendo ao lado do Fernandinho do balão, estas conexões, apoio e o propósito que Deus colocou em meu coração é este: mostrar que ainda existe gente boa no mundo, que existe carinho, respeito, solidariedade, sem pretensões e intenção nenhuma”, argumentou.

Vizinha de Fernandinho, no Jardim Panamá, a pedagoga e técnica de enfermagem Márcia Aparecida da Silva, de 61 anos, disse que acompanha cada passo do aventureiro e está “na torcida” por ele.

“O meu vizinho é gente boa demais, muito querido. Ele conhece um monte de gente e está todo mundo dando a maior força para ele. É algo surreal o que está fazendo, é vidrado em carros, é curioso, mexe nas coisas e tudo que ele põe a mão sai algo bacana”, disse.

Confira o momento em que o aventureiro encerra revisão na caminhonete para iniciar viagem: