Criação de artistas de MS, ‘Morro do Criminoso’ vai narrar lenda da etnia Guató em quadrinhos

Projeto foi selecionado em edital de cultura para receber financiamento

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Trio de artistas de MS vão desenvolver HQ. (Reprodução, redes sociais)

Em formato de história em quadrinhos, ‘Morro do Criminoso: uma história sobre heranças e diálogos’ vai contar uma lenda oral da etnia indígena Guató. O projeto, que foi selecionado em edital de cultura para receber financiamento, será desenvolvido por três talentosos artistas de Mato Grosso do Sul: Mayara Dempsey, Gleycielli Nonato e Fabio Quill.

A inspiração para o projeto surgiu quando a produtora cultural, preparadora de textos e editora, Mayara Dempsey, ouviu a contadora de histórias Gleycielli Nonato narrar um conto da sua etnia indígena, Guató.

A história gira em torno de um soldado paraguaio, fugitivo da Guerra do Paraguai, que encontra refúgio no território brasileiro, na fictícia Vila Pequena. Lá, indígenas que habitavam a região o acolhem.

“A narrativa revela as influências da guerra e como os povos originários a percebiam, destacando principalmente como ela se tornou um grande divisor entre o Brasil e o Paraguai, gerando amizades, influências, mas também inimizade e rejeição entre essas comunidades fronteiriças, marcas que perdura até os dias de hoje”, explica Mayara.

Projeto receberá financiamento para produção da HQ

Mayara Dempsey e o artista visual, Fábio Quill, já possuem experiência com histórias em quadrinho. Aliados à Gleycielli irão produzir a HQ, que vai difundir a lenda da etnia indígena a todos, após sua publicação.

Contudo, o processo de criação ainda envolve muitas etapas, que serão todas financiadas pelo Rumos Itaú Cultural 2024. O projeto foi o único selecionado de Mato Grosso do Sul no edital de cultura.

Para chegar ao produto final, entretanto, os criadores devem realizar viagens à Coxim, local onde reside Mayara, e onde a lenda oral se originou. Lá, eles irão vivenciar a história, entender as paisagens em que se passa, para captarem as nuances necessárias no enredo.

O passo seguinte às pesquisas de campo é colocar a ‘mão na massa’ e desenvolver a escrita, desenhos e pinturas para a produção da HQ. À medida que o projeto for tomando forma, Mayara pretende criar um perfil no Instagram para compartilhar o seu processo criativo. Ela irá divulgar o link em seu perfil pessoal.

Mayara sente-se orgulhosa em representar Mato Grosso do Sul com um projeto que é fruto de muito empenho e dedicação.

“Isso valida muito o trabalho que tenho feito ao longo dos últimos anos, tanto na produção quanto na preparação de textos. Ainda mais quando conseguimos romper a bolha, sair do estado e competir com grandes áreas de produção como São Paulo, Rio, Curitiba e Brasília. Espero representar bem o MS”, comenta.

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