Nas últimas semanas, o mundo inteiro acompanha a devastação das queimadas no Pantanal, cuja destruição pelas chamas já atingiu patamares históricos. Nesse contexto, Campo Grande ganha um mural de 114,4 m², pintado com tintas feitas a partir de cinzas de queimadas de florestas brasileiras. A obra visa homenagear os brigadistas que atuam no combate aos incêndios.

A iniciativa faz parte do Festival Parede Viva, que este ano apresenta a Edição Cinza da Floresta. O evento tem como objetivo incentivar a conscientização socioambiental, através da arte urbana.

O mural é a primeira obra desta edição do evento. De autoria do artista Victor Macaulin, a execução da pintura vai até o sábado (6), sendo dividida em duas empenas, cada uma com 57,2 m², em prédio residencial de moradia popular, no Jardim Aero Rancho – terceiro bairro mais populoso de Campo Grande.

Além disso, alunos de escola pública no entorno da obra terão a chance participar de uma oficina voltada à arte e educação. Artistas locais ministram as atividades e também desenvolvem, na ocasião, murais colaborativos.

A oficina terá três etapas de execução. As atividades se iniciam com a exibição do filme “Cinzas da Floresta”. Em seguida, haverá um debate sobre o assunto. Por fim, os alunos participam de uma oficina de pintura com tintas de cinzas, no mural da escola. A oficina acontece nesta quinta-feira (4), com a artista Alice Hellmann.

Recorde de queimadas

Com o maior número de incêndios registrados desde 1988, as queimadas no Brasil já atingiram recorde de devastação, neste ano. Ao fim de junho, 480 mil hectares foram queimados em Mato Grosso do Sul. Assim, o governo decretou situação de emergência por 180 dias.

Dados da Coleção MapBiomas Fogo apontam que um em cada quatro hectares do Brasil pegou fogo nas últimas quatro décadas. Além disso, somente em 2023, a área queimada no país foi equivalente à metade do território da Bélgica, segundo a última edição do relatório, lançado em 18 de junho.

Agenda do Festival

  • 1° de julho A 6 de julho: pintura do mural
  • 4 de julho: oficina na escola
  • 8 de julho: visita dos alunos ao mural