Amigas, jovens consumidoras de obras sul-mato-grossenses e com um baita currículo, a produtora cultural e estudante Aline Silva Vieira, de 24 anos, e a psicóloga e mestranda em psicologia, Hemilly Rayanne Correa da Silva, de 26 anos, sempre estiveram envolvidas em projeto de livros, leitura e literatura. Assim, quando se viram sozinhas e em busca do mesmo sonho, criaram o Tereré Pytã, que é um podcast inédito em formato de radionovela ou audiodrama, o qual valoriza autores regionais.
Mestre em literatura pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e atualmente cursando Letras, na UFMS (universidade Federal de Mato Grosso do Sul), além de bacharel em artes cênicas, Aline ressalta que o primeiro projeto foi criado em 2014.
“Eu e vários amigos falávamos sobre estes temas em diversas plataformas, até que o grupo foi diminuindo, diminuindo, e ficou só eu e a Hemilly, então, usamos mais o Instagram, TikTok e YouTube para nos comunicarmos com o público e mostrar nossos projetos audiovisuais”, afirmou.
Assim, desde 2020, as amigas iniciaram um documentário, que é o “Entre Parágrafos e Terra Vermelha, Leitura no Mato Grosso do Sul”.
“Nessa época conversamos com leitores, escritores, autores, professores e até político. A partir disso, identificamos algumas questões em relação à literatura local. E aí, em 2021, de 2021 até 2022, conseguimos financiamento pela Lei Aldir Blan e criamos outros dois projetos, que foi o curta-metragem Uma Gatinha Branca e este podcast”, argumentou Aline.
Desta forma, o nome do podcast também ganhou um nome relacionado ao Estado. “O Tereré Pyta é uma junção entre algumas coisas que achávamos que tinham ligação com nosso Estado. Tereré por conta do nosso costume de consumir erva-mate e Pytã porque temos uma forte ligação com a questão indígena, especialmente em Dourados, que foi onde nasceu o projeto. E Pytã significa vermelho, e escolhemos essa palavra por conta da terra vermelha que é característica daqui”, explicou.
Conforme a jovem, o objetivo principal é valorizar a literatura sul-mato-grossense. “A gente adapta contos de autores para estes formatos e, logo depois, fazemos um episódio de discussão sobre temas sensíveis, abordados no conto. E agora conseguimos novo financiamento para produzir a segunda temporada, que terá o nome ‘Crônicas de uma leitura anunciada: trajetórias de leitores no Mato Grosso do Sul’, o nosso novo documentário”, comentou.
Ainda de acordo com Aline, um novo documentário está prestes a sair. “Ele é intitulado ‘Crônica de uma Leitura Anunciada, Trajetória de Leitores no Mato Grosso do Sul’, que vai falar sobre literatura, então, nosso intuito tem sido tentar trazer este enfoque para a literatura aqui do Estado, porque ela não é valorizada, não é conhecida pelas pessoas aqui de dentro. E existem até estudos indicando isto, então, a gente tenta solucionar estas questões, porque a leitura é muito importante para diversos aspectos da nossa vida”, opinou.
Por fim, Aline comentou a própria tese de mestrado em literatura, o qual falou muito sobre este assunto em sua dissertação. “A leitura pode beneficiar a vida das pessoas, não só na questão de interpretação, mas também na parte mais prática da coisa, então, nosso grande é essa valorização da literatura local e incentivo à leitura. E o formato de rádio-novela é muito muito mais disseminado, você vai lá, escuta, vai lá ver, então, a gente busca fazer esse tipo de trabalho para incentivar e até neste aspecto de escola, para facilitar a vida do professor, por exemplo. É uma ferramenta muito poderosa”, finalizou.
Confira aqui uma rodada de discussão após um episódio de radionovela:
Equipe: Aline Silva Vieira e Hemilly Silva (produtoras), Ana Morais e Grissel Rosa (assistentes de produção), Bárbara Marthelly (microfonista e operadora de câmera); Enrike, Henrique Pimenta e Renata Figueiredo (roteiristas); Ariane Guerra, Markus Chaves, Davi Rocha, Paulo, Hemilly Rayanne e Kayo Eduardo (atores).
