Thatiana sente calafrios ao lembrar do dia que entrou viva em um caixão

Jornalista explica como foi parar vivinha da Silva dentro de um caixão em Campo Grande e detalha momentos claustrofóbicos que passou ao deitar na cama da morte

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caixão
"Já tenho minha gaveta": jornalista que entrou viva em caixão quer pagode em seu funeral – (Fotos: Arquivo Pessoal)

Era pra ser só mais um dia de trabalho, uma gravação simples, mas o ofício acabou se tornando uma lembrança tenebrosa para a jornalista policial Thatiana Melo, de 43 anos. No #tbt desta quinta (26), o MidiaMAIS resgata a memória pessoal e um tanto curiosa da comunicadora que, por conta própria, decidiu entrar em um caixão. Como assim? Ela mesma explica.

A experiência aconteceu há 6 anos, em 2017. Na ocasião, a jornalista tinha 37 anos, e foi gravar um comercial para uma funerária. Thati já estava acostumada a fazer campanhas publicitárias nos momentos longe da redação, só não imaginava que aquele trabalho específico a marcaria para sempre. “Já gravei comercial de motel, igreja, oficina mecânica, pet shop, cabeleireiro e, é claro, funerária”, inicia.

“No caso da funerária, foi engraçado, porque eu falei ‘gente, como vou fazer pra gravar uma funerária? Porque eu precisava vender o produto. E como eu vou vender o produto? Como que eu vou falar pra pessoa que ela precisa comprar um caixão?”, relembra a jornalista.

Entrar no caixão foi uma escolha

Disposta a entregar um bom resultado e convencer as pessoas a comprarem caixões, Thatiana ficou curiosa para saber como a urna funerária era por dentro, até para que o “experimento” refletisse no anúncio.

“Aí fiquei pensando com minha cinegrafista: ‘como vamos fazer um texto pra vender caixão?’. Peguei algumas informações, porque existem vários materiais diferentes, do mais barato ao mais pomposo. E eu dentro da funerária pensando isso… tinha um caixão aberto e então eu pedi: ‘posso entrar num caixão?’”, conta.

A cinegrafista não acreditou, mas Thatiana solicitou ao dono do local, que autorizou. “Ele falou pra mim: ‘você quer entrar? Escolhe aí qual você quer, qual você acha mais bonito’. Daí eu escolhi lá um caixão mais bonito, com uns negócios brancos dentro, e falei ‘olha, só não fecha’. Ele disse que não ia fechar e falou pra eu entrar no caixão de pé. Eu entrei. E foi estranho”, relata.

“Foi bem estranho. Porque… o trem é apertado. E eu falava para o moço ‘Não fecha esse trem, é muito apertado. Como as pessoas conseguem ficar aqui dentro?’ Eu falei. Eu juro que falei. Daí o cara olhou pra minha cara e disse: ‘Mas a pessoa tá morta, ela não vai sentir nada’, e eu respondi: ‘Ah, é verdade, né? Nossa, mas é desconfortável, duro, não tem nem um acolchoadinho embaixo’”, relembra.

Thatiana registrou o dia em que entrou viva em um caixão - (Foto: Arquivo Pessoal)
Thatiana registrou o dia em que entrou viva em um caixão – (Foto: Arquivo Pessoal)

Mãe de jornalista ficou furiosa ao ver a filha em caixão

Na época, os filhos de Thatiana ainda eram muito pequenos, por isso não reagiram ao ver a mãe dentro de um caixão. No entanto, a mãe da jornalista ficou furiosa e deu um sermão na filha. “Eu postei uma foto na minha rede social e minha mãe ficou muito brava. ‘Como que você entra dentro de um caixão?’, e eu respondi ‘mas mãe, eu tava trabalhando’”, detalha.

“Não foi legal não. Se eu entraria novamente em um caixão? Acho que não. Mas, ossos do ofício, né? Eu fui lá e fiz a minha parte, era o meu trabalho. É claustrofóbico, porque é muito apertado. Ainda bem que não fechou porque senão eu ia ter um troço, me dá calafrio só de lembrar. Não é legal mesmo”, descreve.

“Já tenho minha gaveta”: jornalista que entrou viva em caixão quer pagode em seu funeral

Relembrando a discussão com a mãe por ter entrado em um caixão, Thatiana deixou escapar que já tem seu terreno no cemitério. Só falta escolher a “cama”. “Eu falei pra ela ‘o que que tem, mãe? Todo mundo vai entrar em um caixão um dia’. E o pior é que ela comprou uma gaveta pra cada um da família, então eu já tenho minha gavetinha”, revela.

Por fim, Thatiana abre o jogo se pretende deixar seu caixão escolhido para a hora de seu velório e do enterro. “Sabe que, apesar de ter entrado dentro de um caixão, eu nunca tinha pensado nisso. Mas eu vou sim escolher o meu caixão e quero que toque pagode no meu velório. Tem que ter Raça Negra no meu funeral. Vou escolher um bem bonito, porque a minha gaveta eu já tenho”, finaliza a jornalista.

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