Em 29 de junho é celebrado o Dia da Telefonista. A data, criada em 1956, celebra uma das profissões mais antigas e fundamentais para democratizar o acesso à informação. À medida que o telefone se tornou um instrumento indispensável para as empresas e para a população em geral, a telefonista se tornou um importante interlocutor entre empresas e clientes.

No início, as ligações eram encaminhadas para centrais telefônicas e os telefonistas tinham o papel de direcionar as conexões à pessoa desejada. Com o passar do tempo, o serviço passou a ser mais direto e foi implementado por empresas de diversos segmentos para aumentar vendas, estreitar o relacionamento, esclarecer dúvidas e solucionar problemas.

Telefonista desde 1996, Maria de Lourdes Rodrigues, 55, trabalha na Câmara Municipal de Campo Grande e, ao longo de 28 anos, passou por toda a transformação tecnológica da profissão.

“Entrei na profissão por acaso quando tinha 22 anos e, desde então, já são mais de 28 anos no telefone. Hoje está um pouco diferente; quando comecei, o modelo era aquele antigo de discar e conferíamos as informações naquelas listas enormes”, explica.

Maria relata que, nos anos 90, mais de 40 linhas telefônicas passavam em seu ramal. Diariamente eram dezenas de ligações buscando todo tipo de informação possível, que eram conferidas por meio de listas telefônicas.

“Era uma correria só; com tantas linhas a gente nem conseguia respirar direito. Em 2007, as ligações passaram a ser transferidas direto para o gabinete do então presidente da Câmara; aí ficou mais tranquilo, mas antes ficávamos em uma sala fechada sem barulho para não desconcentrar”, relata.

Maria de Lourdes Telefonista
Maria de Lourdes quando iniciou no cargo de Telefonista (Foto: Arquivo Pessoal)

Sem medo do futuro, Lourdes segue pelo amor à profissão

Com o tempo, a profissão se modernizou; a lista telefônica foi substituída pelo computador, o fone com microfone acoplado caiu em desuso, mas a profissão se manteve firme, principalmente em órgãos públicos e grandes empresas.

“Mesmo com o passar dos anos, acredito que minha profissão ainda é essencial. Diariamente ligam pessoas que não sabem o telefone de algum lugar; aí recorrem a quem? À telefonista”, enfatiza.

Em meio ao avanço da tecnologia, cada vez mais empresas substituíram a mão de obra humana por sistemas de atendimento automatizados que dispensam a atuação de telefonistas. Apesar disso, Maria de Lourdes não vê a tecnologia como uma ameaça; para ela, nada substitui o contato humano.

“Acredito que não têm nada mais satisfatório que ligar em um local e ter um ser humano para te atender, ouvir a voz de alguém do outro lado. Isso de robô é avançado, mas não é o mesmo que ter uma pessoa te ouvindo e ajudando”, destacou.

Para o futuro, Maria não se vê em outro lugar que não seja ao lado do telefone e destaca estar disposta a se adaptar a qualquer nova tecnologia que vier.

“Quando falam de me tirar daqui, fico triste; todos me conhecem como a ‘Lurdinha do Telefone’. Sou grata pelo que faço, me encontrei nessa profissão e gosto muito de aprender; então estarei preparada para o que vier”, finaliza.